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Letra

    Seria bom, se aproximar dos periféricos
    Porque eles têm sabedoria pra caralho
    Mas se aproximar dos periféricos exige
    Um elemento fundamental chamado humildade

    Porque o cara que vem da elite, ele condicionado
    Ao sentimento de superioridade
    Falso, mas ele é condicionado fortemente a isso
    Ele acha porque ele tem uma universidade
    Ele é superior a um cara que não tem universidade

    E ele não percebe, que ele mesmo não tem canxa
    Não tem raça, não tem peito
    Pra encarar as dificuldades que um cara sem universidade

    É preciso perceber e ganha respeito
    Se você ganha respeito, você ganha humildade
    Se você ganha humildade, você tem um campo fértil pa' aprender
    E aprender coisas muito mais fortes do que a universidade ensina

    Porque a universidade ensina teorias
    A periferia ensina Vivência. Sabedoria é outra coisa

    Fácil falar do seu apartamento quente e requintado
    No carpete que a empregada tá lavando desde à sete
    A vida é outra, aqui fora do Sesi e do Senai
    Pra quem preciso rap foi Cristo e Mano Brown foi pai

    Parece romântico meu cântico po' cênico
    Po' cético: Poético
    Pro boy: Patético e polêmico
    Mas se discutem teorias e são fatos aqui
    Morrem crianças e 'cês ainda fala que é mimi

    Foda! Injustiça sem vingança e nem direito
    Quem tá cursando direito, faz direito pra não prende nós direto

    Trabalhador fica quieto, enquanto o ladrão tem voz
    Revolta com o alicerce, papo reto
    Concreto no meus verso invicto no trampo
    Sem dinheiro nós não anda infelizmente ou felizmente

    Saudade da época de ouro, onde era de primordial
    Seu respeito e conservava seus dentes

    Nosso sopro é um tufão 'látil entendeu
    Nóis tem que pensar na molecada ouvindo nosso rap fio entendeu
    No mínimo nas tiazinha de quebrada, entendeu fio?
    O que que cê tem pa' falar, que cê se aplica a todo mundo?

    É o homem que morre, a mulher que se mata
    Criança andando descalça na rua, bandido que corre
    PM que saca e por engano acerta a sua consciência

    Interditada, pão e circo nacional
    Relação sociocultural de militante 'net
    Que mete o set, e mete o louco no post
    E a esquerda cirandeira acata as ideias do din'
    E paga muito pau pa' gringo, posta oração pra' França

    Mas em menos de um mês, esqueceu de Brumadinho
    Anda todo "embromadinho" nem tá frio, cê tá de touca
    Vira a cara e cala boca, que na quebrada é assim

    É paz por paz mas sem arrego, e da pra contar nos dedos
    As vezes que a violência é o camin'
    E se é pra' chegar nóis vai chegar com os pé na porta
    Sem apreço, por quem tem aqui, não tem respeito

    Deus é perfeito e não escreve em linhas tortas
    A gente que é burro e não aprendeu a ler direito
    É pé no peito de quem tenta, passar a perna no povão
    Pé de pato na quebrada, apanha pa' população

    Deixo um salve lá pos irmão, que no nono pavilhão
    Preso injustamente, nunca teve visão pra vilão
    E 'cês tem voz pra vaia, não assume se faia
    Quando cê vai perceber, que é seu consumo que mata

    Cê compra bola e faia, reclama quer dá paia
    Poucos trutas, várias peita, sem saber do que se trata
    E é rap subversivo, enigmático desgraça
    Abstrativamente derretendo as formação

    Pega a alma, mata tudo
    Que hoje ela tá de graça
    Alimento pra mente te leva a libertação


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