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Pajada Natal Gaúcho

Dari Sortica

Letra

    Chega aqui, chega mais perto
    Vou te contar uma história
    Por certo, tens na memória
    E a conheces, decerto
    Mesmo assim, de ouvido aberto
    Fica aqui até o final
    Vou te falar do Natal
    Mas de um jeito diferente
    Falo, assim, pra nossa gente
    De um modo especial

    Esse é o Natal Gaúcho
    Que tem no centro um piazito
    Filho de Deus, o Bendito
    Esse guri pequerrucho
    Nascido sem muito luxo
    Mas repleto de esperança
    Mira só essa criança
    Que para o mundo traz luz
    Enfim nasceu-nos Jesus
    É a ternura que avança!

    Gaúcho bueno, te digo
    Que faz tempo, uma promessa
    Foi feita e nos interessa
    Desde o tempo bem antigo
    Pois que o mundo, em perigo
    Se afastou do Criador
    Que paciente e sem rancor
    Para nós manda o seu Filho
    Renovando ao mundo o brilho
    Do seu infinito amor

    E a pampa continentina
    Tal como Belém, no Oriente
    Do nascente até o poente
    Agradecida se inclina
    E na cacimba cristalina
    Bebe a água da vida
    Jesus é a água ungida
    A promessa se cumpriu
    A fonte tornou-se rio
    E a aridez foi vencida

    Vamos falar de Maria
    No nosso Natal Campeiro
    Só imagina o entreveiro
    Que se deu com essa guria
    Quando o Anjo lhe dizia
    De um modo repentino
    Que fosse mãe do menino
    A ser chamado Jesus
    E Ela o traria à luz
    Pois esse era o seu destino

    Como é que isso será
    Se nem homem eu conheço
    Será que eu bem mereço
    Ser a mãe desse piá?
    Não temas, pois estará
    Levando o Deus no teu peito
    Então, Tua palavra eu aceito
    Pois bendita eu sei que é
    Conto aqui com José
    Pro menino, o pai perfeito

    Prima minha, és bendita
    Disse Isabel à Maria
    Tu me fazes companhia
    Muito me alegra a visita
    A Palavra te foi dita
    E nela acreditaste
    És feliz e me saudaste
    E meu menino pulou
    No meu ventre te saudou
    Quanto tu aqui chegaste

    Disse Maria contente
    Com a alma no Senhor
    E em seu filho, o Salvador
    Nele me alegro, parente
    Pois derruba o prepotente
    Ao faminto dá comida
    Aos humildes dá a vida
    E destrona os governantes
    Aos malvados e arrogantes
    Faz justiça, na medida!

    Com a guaiaca vazia
    O Casal vai à Belém
    E Jesus nasceu, porém
    Dentro de uma estrebaria
    Por certo José e Maria
    Ansiavam pelo momento
    Ademais o nascimento
    Não se deu na Galileia
    Mas quando foram a Judeia
    Para um tal recenseamento

    Mas vejam que situação
    O rei deitado num coxo
    Ao seu lado um toro moxo
    E um cavalo alazão
    Me desculpa, meu irmão
    Mas o bicho pouco importa
    Pois a situação comporta
    Essa licença poética
    E na pampa hipotética
    Tal licença se suporta!

    Naquela noite os pastores
    Que nos campos trabalhavam
    Guardando o rebanho estavam
    Quando alguns anjos cantores
    Elevaram seus louvores
    E o grupo foi acalmado
    Pela luz fora tomado
    E ficou de boca aberta
    Pois em terra antes deserta
    A vida tinha brotado

    Glória, glória ao Senhor
    Ao Senhor nos altos céus
    Corram, tirem seus chapéus
    Reverenciem o amor
    Pois nasceu o Salvador
    A todos que Deus quer Bem
    Aqui também é Belém
    Pra quem tem alma campeira
    Vamos seguir a boieira
    Que nos nasceu arrecém!

    Hoje é um dia especial
    O mundo inteiro se alegra
    A humanidade celebra
    Mais uma vez o Natal
    Mas vejo que ainda o mal
    Mostra a cara bem ali
    Pois vejo muito guri
    Sonhando com outra sorte
    Peleando as vezes com a morte
    Com pouco sonho pra si!

    Quem lhe dera, um presentinho
    Um doce, ou um abraço
    Talvez um trocado escasso
    Um sorriso, um carinho
    Um sorriso, um carinho
    E um futuro de presente
    Para esse mundo carente
    De encanto e simpatia
    Um pouquinho de alegria
    Pra esse guri é bastante

    Vou aqui pedir clemência
    Pra compor um novo clima
    Recompondo a obra-prima
    Com as coisas da querência
    Pois não é de sua essência
    Ter trenó puxado a rena
    Que nos ares voa plena
    Pelo Noel cabresteada
    Sei que não é coisa errada
    Pois é uma bonita cena

    Mesmo assim, vou arriscar
    Em colocar o meu flete
    Atrelado na charrete
    Pros presentes entregar
    O Noel irá gostar
    Deste Natal bem campeiro
    Ficará muito faceiro
    De nas botas passar graxa
    De vestir uma bombacha
    E usar água de cheiro


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