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A Voz de Um Pregador (part. City Black)

D'ark

LetraSignificado

    Do largo do tanque pra baixo,cidade baixa
    Eu lá embaixo com os parças
    Trampando trampado dando trampo pros fardas
    Senhora coloca as crianças pra casa
    Se a viatura vira a esquina nosso habitat vira faixa de gaza
    Meu coração uma trincheira
    A minha mulher em casa
    E eu na bica jogando a minha vida na lixeira
    Alma atribulada como folha ao vento
    Sem eira nem beira, presídio carimbo negativo na carteira
    Graer no alto voa baixo sacudindo as telhas
    Gambé a pé por baixo quer me ver na gaveta
    A porta de um barraco abre uma voz me diz entra
    Do outro lado ouço tiros de ponto 40
    Sinal que ta cercado sem boi pra resistência
    Pilantragem é mato, se mato é por sobrevivência
    Pai, se errei, pequei traz a mim o conserto
    Pois você é rei nada sou e nem serei sem o seu conceito
    Eu sei, existem coisas que não compreendo
    Como por exemplo por qual motivo tirou de nós beço e obzo
    Carrego o peso dos meus erros nos ombros
    Pois somos consequência de nossas escolhas
    Os inimigos atiram a esmo almejando meu tombo
    É indubitável que a minha vida é descartavel
    A partir do ponto em que não somos
    Você me pergunta quanto é que vale a minha vida
    Te questiono quanto vale a vida do dono
    Pressionado por necessidade destrui minha vida
    E ainda sustento a minha familia em meio a esses escombros

    Ei seu pregador
    Você se importa com minha fé ou com a minha jaqueta
    Eu não sou pregador
    Mas eu prego a dor dos meus irmãos que tão presos na cela
    Eu sou pecador
    No peito carrego a dor dos meus irmão que foram pra gaveta
    Eu não sou predador
    Mas as presas que me perdoem pois eu preciso sobreviver nessa selva

    Para o estado quanto vale a vida de um ex presidiário
    Aonde o tráfico é o seu corre diário? Nada
    Presídio apenas mais uma biqueira
    Lavagem de din é o esquema
    Quem entra só sai com o globo deturpado
    Um amontoado de vidas bagunçadas
    Pra cada trancafiado uma familia perturbada
    Crime enredo conhecido, alguém sem vida
    Uma mulher negra debruçada em lágrimas
    Quem é que lucra com essa guerra?
    A funerária ou as fantásticas fábricas de armas?
    Se perde com a treva da guerra
    É quem governa essa terra pedindo paz na tela
    E dizimando negros na prática
    Utilizando de armas automáticas
    O sistema incita a violência
    Rápido os menor se adapta, capta
    Que tem que apertar pela sobrevivência
    Já que nessa terra sangrenta palavra justiça
    Não passa de um conto de fadas, monstros de farda
    Rouba, sequestra, mata, forja, enquadra
    O que dizer pro menino que viu seu pai não ser atendido
    Por ter cor de bandido morrer como animal em cima da maca
    Oh seu pregador responda por favor
    Seu Jesus que é muito branco ou minha fé que é muita fraca?
    Como falar de amor, se quem devia dar exemplo
    Foi quem rancou os olhos de moca na faca
    Agressividade nas abordagens se destaca
    Antes de pedir a identidade são dez tapas
    Tiram o que podem do traficante e o corpo descarta
    Boiou na pista sem farda os menor estraga
    Eu sou provedor e os canalhas se esquecem que meu filho se alimenta
    Quem me pisoteou não quantas vezes questionei a Deus a minha existência

    Luto pra não ver em meu gheto a escravidão
    Mudo em conhecer no meu peito a escuridão
    Luto é ver morrer os pretos meus irmãos
    Tudo pra viver bem, pra vala não


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