Plastin
Mne strana vorkovala o synovnej liubvi,
Vytiraia platochkom sukhie glaza,
Smorkaias' v krovavoe vymia zari,
Pominaia geroicheskie imena,
Prikrepliaia medal' na dyriavuiu grud',
Namechaia udarnyj trudovoj put',
V rajkomovskom rae podlivaia chaek:
"Vse khorosho! Vse normalek!"
A ia vse polzu, polzu, polzu,
Polzu po pesku po nevskomu,
Polzu po stepi Krasnoj ploshchadi,
Mezhdu chernykh paradnykh vizzhashchikh koles,
Polzu po glazam obestochennykh dam,
Ia ne chelovek, ia - beshennyj pes,
Polzu po stolbam bezrazlichnykh vozhdej,
Polzu, razgrebaia der'mo ikh idej,
Polzu po toske nochnogo metro,
Polzu po pivnym, polzu po kino.
Pokhoronite Fed'ku v Kremlevskoj Stene,
Dajte emu to, chto ne dali mne,
Zamurujte pravdu vmeste s nim,
On umel streliat' Gosudarstvennyj gimn.
Ne pyl' - narod, ne narod - slova,
Slova - ne mir, mir - ne zvezdochki,
Ne glad' krugom - vodovorot,
Ia - ne brevno, ia - ryba.
Zdes' mne ne nravit'sia zhizn', ia eio khochu,
Nenavizhu vashe ia, kak svoe,
Ne tragichen mir - pechalen ia,
A serdtse moe, a serdtse moe!
Plastina
Minha terra trabalhou sobre o amor dos filhos,
Limpando os olhos secos com um pano,
Assoando-se no ventre sangrento do amanhecer,
Lembrando nomes heroicos,
Fixando a medalha no peito furado,
Sugerindo um trabalho duro e honesto,
No comitê regional servindo chá:
"Tudo bem! Tudo normal!"
E eu vou, vou, vou,
Vou pela areia de Nevsky,
Vou pela praça da Revolução,
Entre as rodas pretas dos carros de luxo,
Vou pelos olhos das damas exaustas,
Eu não sou humano, sou um cão enlouquecido,
Vou pelos postes dos líderes indiferentes,
Vou, desenterrando a sujeira das ideias deles,
Vou pela tristeza do metrô noturno,
Vou pelos bares, vou pelo cinema.
Enterrem o Fed'ka na Muralha do Kremlin,
Dê a ele o que não me deram,
Entulhem a verdade junto com ele,
Ele sabia tocar o Hino Nacional.
Não poeira - povo, não povo - palavras,
Palavras - não mundo, mundo - não estrelinhas,
Não olhe ao redor - redemoinho,
Eu - não sou tronco, eu - sou peixe.
Aqui eu não gosto da vida, eu a quero,
Odeio seu eu, como o meu,
O mundo não é trágico - sou eu que sou triste,
E meu coração, e meu coração!