Ponedel'nik
Vchera byl prazdnik, nynche - probuzhden'e.
Ves' v siniakakh, da plius khmel'noj sindrom.
Lezhu, kuriu, boleiu zhivotom,
Okh, pogulial ia v ehto voskresen'e!
Vchera - svirep, silen i ochen' smel,
Segodnia - tikh, spokoen, dazhe mrachen.
Moj nos raspukh, iazyk odrevenel,
Vcherashnej drakoiu pechal'no ozadachen.
Smotriu na zhenshchinu, kotoraia so mnoj.
Vchera prishla i do utra ostalas'.
V ee glazakh ko mne liubov' i zhalost'.
A u menia dusha - khot' v mir inoj.
Ona spokojno khodit po kvartire,
Stiraet pyl' i krov' s moikh shtanov,
Ona krasiva v ehtom dushnom mire,
Ona molchit, ved' ne ostalos' slov.
O Bozhe, kak nikchemna zhizn' moia,
I kak nichtozhna driakhlen'kaia vera,
Smotriu na dolgozhdannuiu tebia,
No ty, pozhaluj, mne uzh nadoela.
Da, vsio ne tak, da, vsio davno ne to.
A, k chertu vse! Ehj radost', zaskuchala?
Podaj-ka mne von to moe pal'to,
Poshli guliat', nachnem vsiu zhizn' snachala.
Segunda-Feira
Ontem foi festa, hoje é ressaca.
Tô todo quebrado, com a cabeça a mil.
Deitado, fumando, com a barriga doendo,
Ah, como eu me diverti nesse domingo!
Ontem - feroz, forte e muito ousado,
Hoje - calmo, tranquilo, até meio apagado.
Meu nariz tá entupido, a língua tá dormente,
A ressaca de ontem me deixou pra baixo.
Olho pra mulher que tá comigo.
Ela chegou ontem e ficou até de manhã.
Nos olhos dela, amor e tristeza.
E na minha alma - só um desejo de paz.
Ela anda tranquila pelo apartamento,
Tira a poeira e o sangue das minhas calças,
Ela é linda nesse mundo abafado,
Ela fica em silêncio, já não tem mais palavras.
Oh Deus, como minha vida é sem graça,
E como é insignificante essa fé frágil,
Olho pra você, que esperei tanto,
Mas, por favor, você já tá me cansando.
Sim, não tá certo, sim, já faz tempo que não é.
Ah, dane-se tudo! E aí, cadê a alegria?
Me passa aquele meu casaco,
Vamos sair, recomeçar a vida do zero.