Rosskijskoe Tango
Sdelali nachal'nikom krika,
Svili iz zhil svoikh priazhu.
Da na mordu pokhodit' stalo liko,
A ne zametili my ehtu krazhu.
Otpustili grekhi chuzhim zhenam,
Dostavali nebo iz sita,
Predlagali khleba ikonam,
Da ikony u nas davno syty.
Zasypali liubov'iu svad'by,
Da zhenikhi ne dozhivali do nochi.
Vse upali, a nashi baby
Ushli tuda, gde dlinnej, da koroche.
Kolotili sebia v grud' - da v slezy,
Razevali rty zakatu,
Vypivali iz mutnykh luzh grezy,
Da vse kozlami ne stali, brat.
Pripev:
Rossijskoe tango tantsuiut vorony.
Rossijskoe tango.
Rossijskoe tango bez dna i korony.
Rossijskoe tango.
Kto zasyplet ehtu griaz' snegom,
Kto pripudrit nashe syroe miaso.
Kto zh zappavit ehtot svet sledom,
Kto zal'et ego iz veny kvasom.
Ehkh da propechatali bukvami nashi pesni,
Ponashili iz trusov geroev.
Poterialsia ia sredi ehtikh stroev,
Da nichego ne pojmu - khot' tresni.
My svernuli u poroga doma,
Kogda dveri i okna otkryty,
Gde do boli vse liubimo, znakomo,
Gde volki tsely, a ovtsy syty.
I my krichali - A, my samye krutye!
Vperedi sebia nesem svoi pal'tsy!
No ne znali my molodye,
Chto krutymi byvaiut lish' iajtsa.
Pripev:
Ehkh, trudno slit' unitaz do neba.
Legche kryt' ehto vse matom.
Baba Vera, ia byl ili ne byl
Zhenikhom tvoim ili bratom?
Obnimi zhe nas, babulia Vera,
Protiani svoi ruki sedye,
Nebu chistym ia, ne byl i vernym,
No my ved' tozhe nemnogo Rossiia.
Tango Russo
Fizeram de um grito o começo,
Fizeram de suas vidas um laço.
Mas na cara já tá difícil de encarar,
E não percebemos essa desgraça.
Liberaram os pecados das mulheres alheias,
Tiraram o céu da peneira,
Ofereceram pão para as imagens,
Mas as imagens já tão cheias faz tempo.
Sepultaram o amor com casamentos,
Mas os noivos não viveram até a noite.
Todos caíram, e nossas garotas
Foram pra onde é mais longo, e mais curto.
Se batiam no peito - e em lágrimas,
Abrindo a boca pro céu,
Bebiam de poças turvas os sonhos,
Mas não viraram cabras, irmão.
Refrão:
Tango russo dançam os corvos.
Tango russo.
Tango russo sem fundo e sem coroa.
Tango russo.
Quem vai cobrir essa sujeira com neve,
Quem vai temperar nossa carne crua.
Quem vai dar sabor a essa luz com rastro,
Quem vai encher isso de kvass das veias.
Eh, e gravaram com letras nossas canções,
Tiraram dos calções os heróis.
Me perdi no meio desses versos,
E não entendo nada - pode quebrar.
Nos viramos na porta de casa,
Quando portas e janelas estão abertas,
Onde amamos até a dor, conhecidos,
Onde os lobos são inteiros, e as ovelhas estão cheias.
E gritamos - Ah, nós somos os mais fodas!
Carregamos nossos dedos à frente!
Mas não sabíamos, nós jovens,
Que fodas só são os ovos.
Refrão:
Eh, difícil puxar o vaso até o céu.
Mais fácil cobrir tudo isso de palavrão.
Baba Vera, eu fui ou não fui
Teu noivo ou irmão?
Abraça a gente, vovó Vera,
Estenda suas mãos grisalhas,
Eu não fui fiel, não fui puro,
Mas a gente também é um pouco Rússia.