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Olhos de vidro

Dealema

Letra

    Vou a caminho de casa
    Vou a caminho de casa
    Um sentimento
    Para ele a miséria era o prato do dia
    Vivia com o estômago vazio ou nem comia
    Nunca iria roubar, era honesto de mais
    Nunca iria mendigar, era orgulhoso de mais
    Sua prioridade máxima, alimentar os filhos
    Sem espaço para vícios, apenas sacrifícios
    Desde que a mulher partira, e partira seu coração
    Só sobrevivência, sem cicatrização
    Transformado em super-homem, pelas vicissitudes da vida
    Nunca mudaria as suas atitudes
    Sem tempo para viver e com a corda no pescoço
    A pressão do ganha-pão, da escravidão, do esforço
    Na pobreza com a nobreza, aprendeu a lição
    Imune à tentação da autocomiseração
    Mesmo quando esmorecia e ía ao fundo por momentos
    Esqueceu a recompensa do sorriso dos rebentos

    Vou a caminho de casa
    Um sentimento triste invade a minha alma
    Vou a caminho de casa
    Sou mais um mero sonhador
    Mais um mero sonhador

    Ultima recordação do exterior, foi o interior da ambulância
    Nunca se tinha visionado em tal circunstância
    No corredor de urgência, a espera era interminável
    Crescia o medo de um diagnóstico, nada favorável
    Família intrasorridente sai com olhos de vidro
    Tenta aproveitar por um momento, o tempo perdido
    Ela sabe que por dentro, algo não funciona bem
    Setenta anos de histórias e memórias
    Que ainda lhe trazem, uma réstia de força
    Naquela cama de hospital
    Pior que uma solitária, um estabelecimento prisional
    O seu corpo não descansa, olhar triste e pesado
    Sente medo e quando dorme vê fantasmas do passado
    Sinto a tocar-me na face com a sua mão enrugada
    A imponência da doença, transforma-nos em nada
    De repente sinto toda uma vida a passar-me à frente
    Seu sacrifício tornou-me no homem que sou presentemente
    Vou a caminho de casa
    Um sentimento triste invade a minha alma
    Vou a caminho de casa
    Sou mais um mero sonhador
    Vou a caminho de casa
    Sou mais um mero sonhador


    Esta é a história de um anjo amigo meu
    Nuno, é verídica, ele já faleceu
    Não tinha asas, ele escolheu ser esquecido
    Mendigo, rico de espírito, morreu sozinho
    Chamemos-lhe ninguém
    Tinha os olhos brancos, foi cegado pela escuridão que a vida tem
    Cansado de viver com pessoas sem visão
    A visão que ele tinha, era mais além
    Ele foi quem não queria ser
    Vida perfeita que não queria ter
    Acorrentado pelo ideal,
    Tu provas-te ser, alguém tornou-o em alguém irreal
    Quantas tempestades eu vivi
    Quantas memórias escrevi
    Esta foi a página que eu arranquei
    Quando me lembrei do dia em que eu morri

    Vou a caminho de casa
    Um sentimento triste invade a minha alma
    Vou a caminho de casa
    Sou mais um mero sonhador
    Vou a caminho de casa
    Sou mais um mero sonhador
    Mais um mero sonhador


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