Olvidar
Hoy siento frío
Por lo largo de estos días
Por lo ancho del camino
Que he perdido y que no sé
Por las horas que no he visto
Por tu ausencia y por la mía
Por la lluvia de este octubre
Por el frío que le cobija entre los suspiros
Que el viento se ha llevado con mi fe
Tu distancia es el naufragio
Que abatió sobre mi vida
Las auroras más cansadas, las más tristes despedidas
Las noches más solitarias de que tuviera razón
Y aunque clamo a la cordura a que me libre de estas ansias
Soy víctima del impulso de mi propio corazón
Hay si te contara yo de penas y razones
Por las que de lejanías se han cargado mis canciones
Pero que lo cuente el tiempo porque hoy te hago esta promesa amor
Voy a olvidarte con todas sus consecuencias
Y a librar este pasado que no dejo de arrastrar
Voy a olvidarme tu nombre
Aunque sea lo último que haga
Aunque sea la última cosa que me esconda lontananza
Y ojalá que en mi camino no me abrume la añoranza
Porque aunque muera de pena voy a olvidarme de ti
Y que me atrape la noche y que me lleven las tormentas
Si le vuelvo a dar motivo al sentido que te recuerda
Te repite y te repite y vuelve a hacer pronunciación
De ese tu nombre, de luz que ardía en la habitación
Como me amabas, como me necesitabas como fue que se fue todo
De repente una mañana desperté lejos de ti de todo lo que fuera yo
Voy a olvidar cada noche andar al filo de tu calle
A la luz de esos faroles que jamás debieron ser
La luz que guiará mis pasos al compás de los recuerdos
Que me enardecen la sangre y hacen entre fiebre y vuelos
Un fuego en el que arde mi alma cuando sueña con tu piel
Si un día te dije que a mis manos no se olvida la caricia de tus manos
Tu mirada encendida, voy a olvidarte de veras
Hoy olvida que te olvida, voy a derrumbar mis sueños a diseminar las ruinas
A liberarte y dejar que nada haya en tu lugar
Porque si así no lo hiciera, si comienzo a recordar
Con la luz de tu milagro no pondría volver a amar
Esquecer
Hoje sinto frio
Por causa desses dias longos
Por causa do caminho
Que perdi e não sei
Por horas que não vi
Por sua ausência e pela minha
Pela chuva deste outubro
Pelo frio que a envolve entre os suspiros
Que o vento levou junto com minha fé
Sua distância é o naufrágio
Que caiu sobre minha vida
As auroras mais cansadas, as despedidas mais tristes
As noites mais solitárias que eu poderia ter razão
E embora clame à razão pra me livrar dessas ansias
Sou vítima do impulso do meu próprio coração
Ah, se eu pudesse te contar sobre dores e razões
Pelas quais as distâncias carregaram minhas canções
Mas que o tempo conte isso, porque hoje faço essa promessa, amor
Vou te esquecer com todas as suas consequências
E a me livrar desse passado que não consigo arrastar
Vou esquecer seu nome
Mesmo que seja a última coisa que eu faça
Mesmo que seja a última coisa que me esconda da distância
E tomara que no meu caminho a saudade não me abale
Porque mesmo que eu morra de dor, vou me esquecer de você
E que a noite me prenda e que as tempestades me levem
Se eu der motivo ao sentimento que te lembra
Te repete e repete e volta a pronunciar
Esse seu nome, de luz que ardia no quarto
Como você me amava, como você precisava de mim, como tudo se foi
De repente, uma manhã acordei longe de você, de tudo que eu era
Vou esquecer cada noite de andar na beira da sua rua
À luz daqueles lampiões que nunca deveriam existir
A luz que guiará meus passos ao compasso das memórias
Que inflamam meu sangue e fazem entre febre e voos
Um fogo em que arde minha alma quando sonha com sua pele
Se um dia eu disse que minhas mãos não esquecem o toque das suas
Seu olhar aceso, vou te esquecer de verdade
Hoje esqueça que te esqueço, vou derrubar meus sonhos, espalhar as ruínas
Te libertar e deixar que nada exista no seu lugar
Porque se eu não fizer isso, se eu começar a lembrar
Com a luz do seu milagre, não conseguiria amar de novo