Intrusiones De Diez Mozos
Revisé el ministrilete
y la manera como actuó;
vi que tuvo algo de suerte
y con engaños me enredó.
Pero me dije en secreto:
'ahora no lo dejo hablar...
vamos a acosarlo, sí,
hasta que empiece a confesar
que no es de ninguna forma
un sabio, sino un charlatán.'
Y al final de sus cantares
yo fingí una falsa tos,
le robé algunos aplausos
y exclamé con recia voz.
-Diré lo que opinan todos;
pero ¿qué escuchamos, saco?
diantres, que ha llevado usted
una vida de bellaco.
Nada tiene de ejemplar
su existencia aventurera,
como no sea el espantar
al niño que va a la escuela,
lo que le puede pasar
si no cumple sus tareas.
Bochorno debería darle,
y habla de conocimientos,
de lecciones; y aún le aplauden,
pamplinas sin fundamentos.
Ha faltado a esta asamblea,
ya sólo para acabar,
que se estiren las orejas
y empiecen a rebuznar.
Así que en este momento
le ruego tome sus cuentas,
enseñanzas y canciones,
para que tome el camino
por el rumbo que ha venido,
como vino a dar lecciones
que nadie le había pedido.
Ande ya, vuelva al sendero
de la perdición sin demorar;
no necesitamos, gracias,
sus lecciones, por ahora.
El bribón cruzó los brazos
y ya no me cupo más duda,
y dije: -me supongo que
tal vez necesita usted ayuda.
y a la gente hice notar
que precisaba voluntarios.
Vinieron diez mozos fuertes,
me cogieron entre varios
para arrojarme a la fuente
y desoír mis comentarios.
Yo volé como un palomo
no me alcancé a resistir;
y luego rugió un gran coro:
-Cese ya de interrumpir.
Más yo no había dicho todo,
así que me puse en pie
con porte altivo y bizarro,
y de pronto... ¡achú!, estornudé,
presa de un fuerte catarro.
-Así que... ¡achú!- Comencé-.
Dijo usted que... ¡achú, achú!
¿A quién pretende engañar?
Y él me dijo:
-Salud... oiga, pare ya de estornudar,
¿es alergia?
-No, catarro-Contesté
cuando sacaba
de la chaqueta el pañuelo
que mi nariz precisaba.
-Espero no intente usted
sonarse aquí, frente a todos.
-Dijo y agregó discreto:
-Mostraría muy malos modos.
-¡Caramba! con su permiso
-me excusé-. Tiene razón,
un público distinguido
siempre exige educación;
no tardo ni un momentito.
Y me escurrí con sigilo,
intentando al retirarme
el pasar inadvertido.
Él asintió comprensivo
mientras desvió la mirada,
para examinar sus dedos
de uñas algo maltratadas.
Luego, revisó la suela
de su bota agujereada,
y por último a una piedra,
le dio una buena patada.
Yo me soné la nariz
con seis fuertes bocinazos.
La gente fingió no oír
mientras se cruzó de brazos.
Volví un poco arrepentido
pero bastante aliviado
y ocupé un modesto sitio,
aún tímido y remojado.
-Ande, venga, cuente usted
algo que nos quiera contar.
Dijo alguien, y yo agregué:
-Conde Bruno del Breñal.
Que al escucharse nombrado
recobró la compostura;
se irguió y exclamó arrogante
con soberbia y apostura.
-Conde Bruno, conde Bruno,
conde Bruno ese soy yo:
Así me decía una princesita
que me conoció.
Ni son quién para saberlo,
ni debía contarlo yo,
pero cuando era un mancebo
mis amores tuve con la hijita
casta y consentida
de incauto señor feudal.
Que se iba de cacería
dejando libre el lugar
que un ufano, si es galano,
siempre puede aprovechar.
De modo que así comienza
y para su conocimiento
esta historia que no es cuento,
aunque alguno así lo piense.
La princesa ha estado triste,
que triste, triste no estaba,
pera la falta de sueño
la tenía desmejorada.
Intrusões de Dez Rapazes
Revisei o ministrilete
E a forma como agiu;
Vi que teve um pouco de sorte
E com enganos me enredou.
Mas me disse em segredo:
'Agora não deixo ele falar...
Vamos pressioná-lo, sim,
Até que comece a confessar
Que não é de jeito nenhum
Um sábio, mas um charlatão.'
E no final de suas cantorias
Fingi uma tosse falsa,
Roubei alguns aplausos
E exclamei com voz firme.
-Vou dizer o que todos pensam;
Mas o que ouvimos, saco?
Diabos, que você levou
Uma vida de vagabundo.
Nada tem de exemplar
Sua existência aventureira,
A não ser assustar
A criança que vai à escola,
O que pode acontecer
Se não cumprir suas tarefas.
Deveria sentir vergonha,
E fala de conhecimentos,
De lições; e ainda aplaudem,
Bobagens sem fundamentos.
Faltou a esta assembleia,
Já só para acabar,
Que estiquem as orelhas
E comecem a relinchar.
Então, neste momento
Peço que tome suas contas,
Ensinos e canções,
Para que tome o caminho
Pelo rumo que veio,
Como veio dar lições
Que ninguém pediu.
Vá, volte ao caminho
Da perdição sem demora;
Não precisamos, obrigado,
De suas lições, por agora.
O vagabundo cruzou os braços
E já não me restou dúvida,
E disse: -Suponho que
Talvez você precise de ajuda.
E à galera fiz notar
Que precisava de voluntários.
Vieram dez rapazes fortes,
Me pegaram entre vários
Para me jogar na fonte
E ignorar meus comentários.
Eu voei como um pombo
Não consegui resistir;
E então rugiu um grande coro:
-Cesse já de interromper.
Mas eu não tinha dito tudo,
Então me levantei
Com porte altivo e destemido,
E de repente... ¡achú!, espirrei,
Tomado por um forte resfriado.
-Então... ¡achú!- Comecei-.
Você disse que... ¡achú, achú!
A quem pretende enganar?
E ele me disse:
-Saúde... ouça, pare de espirrar,
É alergia?
-Não, resfriado- Respondi
Quando tirei
Da jaqueta o lenço
Que minha nariz precisava.
-Espero que você não tente
Assoar aqui, na frente de todos.
-Disse e acrescentou discreto:
-Mostraria muito maus modos.
-¡Caramba! com sua permissão
-Me desculpei-. Tem razão,
Um público distinto
Sempre exige educação;
Não demoro nem um momento.
E me escorreguei com sigilo,
Tentando ao me retirar
Passar despercebido.
Ele assentiu compreensivo
Enquanto desviava o olhar,
Para examinar seus dedos
Com unhas um pouco maltratadas.
Depois, revisou a sola
De sua bota furada,
E por último a uma pedra,
Deu uma boa chutada.
Eu assoei o nariz
Com seis fortes bufadas.
A galera fingiu não ouvir
Enquanto se cruzou de braços.
Voltei um pouco arrependido
Mas bastante aliviado
E ocupei um lugar modesto,
Ainda tímido e encharcado.
-Vá, venha, conte você
Algo que queira contar.
Disse alguém, e eu acrescentei:
-Conde Bruno do Breñal.
Que ao ouvir seu nome
Recobrou a compostura;
Se ergueu e exclamou arrogante
Com soberania e postura.
-Conde Bruno, conde Bruno,
Conde Bruno esse sou eu:
Assim me dizia uma princesinha
Que me conheceu.
Nem são quem para saber,
Nem deveria contar eu,
Mas quando era um jovem
Tive amores com a filhinha
Castíssima e consentida
De um incauto senhor feudal.
Que ia de caça
Deixando livre o lugar
Que um ufano, se é galano,
Sempre pode aproveitar.
De modo que assim começa
E para seu conhecimento
Esta história que não é conto,
Embora alguns assim pensem.
A princesa estava triste,
Que triste, triste não estava,
Mas a falta de sono
A deixava desmejorada.