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Negrinho Cantadô

Delley e Dorivan

Letra

    Não é conto de fada, história contada
    Em versos rimados que eu vou contar
    Fui moleque travesso, sem ter endereço
    Pra vida um preço tive de pagar
    Garoto de escola, franzino e beiçola
    Gostava da viola e queria cantar
    Desde os meus oito anos, sozinho lutando
    Tocando e cantando, querendo ganhar

    Toca viola, toca
    Que o canto sufoca o meu coração
    Chora viola, chora
    Cantar e chorar é nossa missão
    Eu te dou o meu colo, me dê o seu braço
    Que o resto eu faço com as minhas mãos

    Fiquei rapazinho, segui meu caminho
    Pisando em espinho fiz ele quebrar
    Por alguém que amei muitas vezes chorei
    Muitas pingas tomei na mesa de um bar
    Apesar de tão jovem eu já era um homem
    E já tinha fome e sede de amor
    Na estação de vida, num porto perdido
    Menino sofrido mais um sonhador

    Negrinho enxuto, caipira e matuto
    Mas tinha estatuto para cantar
    Quando os meus dedos nas cordas tocavam
    Elas me convidavam para viajar
    Cheguei em São Paulo sozinho, eu falei:
    Que eu arrumei, aonde vim parar?

    Aqui em São Paulo eu fiquei parado
    Num canto assustado, a viola na mão
    Alguém disse: Aê, mano nao Me toque um rock,
    Ou me mande um som pop de badalação
    Tirei a viola de um saco de meia
    Puxei as craveiras depois de afinar
    Cantei Ferreirinha, mineiro e italiano
    Ele disse: Qual é, mano.tu quer me tirar
    Dei uma rasteira com tanta mágoa
    Numa poça d'água fiz ele pranchar
    O povo gritava com a força do peito
    Toma sujeito, respeita o violeiro
    Fiquei tão feliz quando eles pediram
    Toque mais uma do Tião Carreiro

    Dormi mais de vez por mais de um mês
    Com sinal da cruz e a salve rainha
    Até hoje me espanta a fé era tanta
    Que eu chamava a santa, Jesus é quem vinha
    Já no fim do túnel avistei uma luz
    E o homem da cruz se resplandecia
    Apesar de ser noite, o escuro do túnel
    Ficava mais claro que a luz do dia
    Na terceira vez a luz tinha voz
    E disse: Sois Vós o abençoado!
    Daí por diante as portas se abriram
    E é mais um CD que eu tenho lançado

    Toca viola, que glória
    Que o final da história ainda vou revelar
    Muitas vezes eu desanimei
    E até pensei em te abandonar
    Voltando com fé a vida eu ganhei
    Por isso jurei nunca mais te deixar

    Eu já fui, já voltei
    Várias vezes cruzei os pontos cardiais
    Vales, montes e serras
    Já pisei em terras internacionais

    Ai aaii
    Olaieê Laieê Laiaai

    Enviada por Glauco. Revisões por 3 pessoas. Viu algum erro? Envie uma revisão.

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