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Letra

    ASSA


    Um turbilhão poluindo
    Sua fachada de barulho e diesel
    Uma vez que já se acostumou
    Com a rota perene dos coletivos

    Onde `as vezes me escondo
    Da freguesia que te esconde
    Causando-me impaciência
    E fadiga

    Subitamente aparece
    Louca
    E passa em tom fume
    Pelos meus óculos

    Desvio, retorno
    Saio do rumo
    Frenético e taquicárdico
    Como se voltasse no tempo

    A cura do anseio vem do remédio
    Feito com o veneno do objeto do desejo
    Que ainda não me presenteou com a picada
    Deixando-me como ave em pane

    Castelos aos avessos desfiguram o sonho
    E instalam as tragédias que pressinto
    Mas como pássaro em reconhecimento
    Pouso ainda livre em sua torre

    Nela um dia vou me sentar
    E retomar o curso dessa cena
    Isenta e sem cortes
    Com o aval de suas penas


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