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Fiscal do Fado

Deolinda

Letra

    Entrou um fiscal do fado
    Pela minha alma adentro
    Quis passar um atestado
    A validar o meu talento
    Analisou cada trinado
    Com alguma autoridade
    Qu'isto de cantar o fado
    Tem selo de qualidade

    Existe uma nova norma
    Norma de cantar o fado
    De modo a que ouçam lá fora
    Um bom fado demarcado
    O fado impõe esta norma
    E esta norma impõe-se a mim
    Quem quiser cantar agora
    Vai ter que cantar assim:

    Aiiii
    A casa da mariquinhas
    Tem um lagarto pintado
    Ó-i-ó-ai
    Foi lá que a severa se finou
    Foi um toiro que a matou
    Deu um coice no telhado
    Lai lai lai
    E assim nasce
    A moda das tranças pretas

    Eu achei aquilo errado
    Fiz uma reclamação
    Levei comigo o atestado
    Um arquinho e um balão
    Disse que não é o fado
    Maior do que a liberdade
    Tudo é livre de ser fado
    É de todos a saudade

    Mas existe uma nova norma
    Norma de cantar o fado
    De modo a que ouçam lá fora
    Um bom fado demarcado
    O fado impõe esta norma
    E esta norma impõe-se a mim
    Quem quiser cantar agora
    Vai ter que cantar assim:

    Ai
    A casa da mariquinhas
    Tem um lagarto pintado
    Ó-I-ó-ai
    Foi lá que a severa se finou
    Foi um toiro que a matou
    Deu um coice no telhado
    Lai lai lai
    Eis a razão de eu ser doutor
    E ser fadista

    A senhora do guiché
    Suspirou num certo enfado:
    Cante e logo se vê
    Tudo isto existe
    Tudo isto é triste
    Tudo isto é fado

    Mas existe uma nova norma
    Norma de cantar o fado
    De modo a que ouçam lá fora
    Um bom fado demarcado
    O fado impõe esta norma
    E esta norma impõe-se a mim
    Quem quiser cantar agora
    Cante, que eu não canto assim:

    Ai
    A casa da mariquinhas
    Tem um lagarto pintado,
    Ó-I-ó-ai
    Foi lá que a severa se finou
    Foi um toiro que a matou
    Deu um coice no telhado
    Lai lai lai
    E deu-me esta voz a mim

    A casa da mariquinhas
    Tem um lagarto pintado
    Ó-I-ó-ai
    Foi lá que a severa se finou
    Foi um toiro que a matou
    Deu um coice no telhado
    Lai lai lai
    Nunca, nunca, nunca mais!


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