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Trigonometrô

Deschamps

Letra

    Hora de brilhar, chega de se esconder
    Dias e dias pra viver, noites e noites pra crescer
    Apressado comeu cru, não comeu nada quem ficou
    Mudo o mundo mudo que nem Marcel Marceau
    Ando por aí e não me reconheço
    Viajo acordado tanto que até me esqueço
    Que a visão do mundo depende da lente
    Que até te faz não ver o que tá na sua frente

    Saindo em aventura em busca de materia-prima
    Hoje a minha vida eu empurro com a minha rima
    Depois de passar por tanto com tanta gente
    Se vier com olhar secante, saio pela tangente
    Me mantenho coerente, vendo coisas diferentes
    Correndo pelos princípios que me são inerentes
    Te falo francamente, sem sessão solene
    Fogo na inveja, meus versos são querosene

    Não gaste sua energia destilando ódio
    Fermenta sua ideia e reserve um lugar no pódio
    Urbano, conceitual, belo, sentimental
    Nem limpa a própria bunda já tá se sentindo o tal
    Te vendem a miséria pra oferecer sustento
    Tudo isso ao custo de matar o seu talento
    Cidade não-inercial, degenerativa
    Esqueceram: A aceleração pode ser negativa

    Pô, avisaram no fundamental
    Quando a conta é grande cê erra logo no sinal?
    Pô, é trigonometrô
    O tempo tá passando, você já cronometrou?

    Conto os meus passos, não esqueço meus laços
    Ansiedade estado, não ansiedade traço
    Uma linha dividindo os meus anseios e cansaços
    Erros crassos, viajantes nos espaços
    Estamos nessa estrada sufocados no mormaço
    Com pés descalços, desejos falsos
    Sentindo muita falta agora dos seus abraços
    Cansei de repetir: A vida está em pedaços

    Deixemos digressões de lado de uma vez
    Eu tô aqui pra caso certo, sem essa de talvez
    Ou porém, contudo, apesar, todavia
    Vamos viver de uma vez, chega de vida vazia
    Somos feitos de carne, petróleo, cobre e silício
    Pro passado nunca olho, atrapalha o sacrifício
    A composição está posta, é coisa só de agora
    Peguemos a caneta, mestres de nossa História

    Na roda social cê é apenas 2πr
    Ferido por ferro com ferro de volta fere
    Tiremos a tortura dos nossos vocabulários
    Trocando a violência pelo nosso abecedário
    As veias da América abriram por uma aposta
    Hoje nossa terra já tá com fratura exposta
    Hora de brilhar, o futuro se insinua
    O navio está zarpando e a orquestra continua

    Pô, me falaram no fundamental
    Que a rede humana é intercontinental
    Pô, é trigonometrô
    O tempo tá passando, cê ainda não escutou?

    Pô, sem querer ser sentimental
    Me jogo nesse mundo com salto ornamental
    Pô, é trigonometrô
    O tempo tá passando, a luz ainda não apagou

    Pô, é trigonometrô
    Do papiro, pro papel, pra Python, no PC
    Pô, é trigonometrô
    Não é só na teoria, só você que não quer ver
    Pô, é trigonometrô
    Responsabilidade não é só na engenharia
    Pô, é trigonometrô
    Política, arte, física e economia

    Pô, é trigonometrô
    O tempo já passou


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