exibições de letras 18.823

Gladiador do Inferno

Detentos do Rap

Letra

    [intro]
    2 de julho de 1997, ho, quando eu cheguei na casa de detenção de São Paulo, era mais ou menos assim.

    To na redoma de ferro
    morre eu não quero
    isso aqui é o inferno, o pior eu espero
    to cercado de grades, por todos os lados
    un anjo de luz, um réu confinado
    mais eu conheço o terror, convivo com a morte,
    sobrevivo nesse inferno
    mais não é por sorte
    aqui eu so as trevas, la fora a luz
    a peça do xadrez jogada por Jesus
    faço o sinal da cruz antes de durmi
    fecho meu corpo eu sei
    Deus é por mim
    eu não me engrupo com essa porra
    aqui nunca tá bom
    meus mano na tranca dura eu to ligeiro é um dom
    escada, galeria, campo, radial,
    neguinho qué meu bem
    neguinho qué meu mal
    mais ai, eu vo alem, perigo aqui tem,
    é questão da escolha certa,
    o que te convem.
    Maluco pingo é letra, então,
    "Pega no ar"
    A arena é sangrenta irmão
    "Tenta se esquiva"
    Um sorri toda hora
    mais não é nada engraçado
    você ali no chão, todo ensanguentado
    improrando pra Deus, pra sobrevive
    ou que algum camarada de palavra por você

    Esse tal ai não!
    Ele é safado, tomo tapa na cara na penita do estado
    foi comido, foi zuado, no tercero pavilhão
    talarico, comeu mulher de ladrão.

    Essas fita ai é foda
    segue o fio da navalha
    o crime não é certo mais não admite falha,
    e pros muleque novato, empolgado com crime
    pensando que bandido é astro de supercine
    se falha vai morre, sem honra e sem dó
    o crime não é isso, o crime é bem pior
    é respeito atitude, pra pode chega,
    sem mancha no crime, sem cagueta,
    se se não for o bicho é feio no mundo paralero

    "Hu, vai morre seja bem vindo ao inferno"

    Da zona sul ao Maitai, Jay ao seiul
    Morro do Piolho, Maraca, Grajau,
    se criminoso não é facil
    ta ligado bandido
    no campo minado se mosca ta fudido
    como fulano que falo de mais
    tomo foi oitenta facadas
    foi pexe fora d'água na ilha pedrificada.
    Ontem a tarde um mano meu colo e ligo
    que um outro aliado no anexo chapo
    trombo uns inimigo na cadeia de Aparecida
    assino a lei dos 30 ainda com 9 de medida
    agora é reicidente, expecifico, genérico
    no juri um capa preta soco ele no anexo
    passa tempo aqui não é nada divertido
    aqui não é playcenter, brinquedo é assassino
    gáz lacrimogenio de sequencia de AH-K
    camufrados de cinzas na sede pra mata.
    Rogai por nós pecadores na hora da morte
    a pureira vermelha cobre o pavilhão nove
    o sangue escorre na escada
    em plena luz do dia
    a noite as almas vaga na garelia

    1, 2, 3, 4, 5, 6,
    guiado por Jesus Cristo pra onde eu não sei
    pro inferno, pro céu ou Jerusalem
    aqui pavilhão nove, terra de ninguem
    se eu olho pro alto largato de cinza
    que anda na muralha me tem sobre mira
    gambé filha da puta, esquema do governo
    você me vijiando e sua mulher mulher no putero
    o dia ta da hora,
    a rua me chama
    eu to empapusado da Coabe Santana
    o que vier é lucro, morre é uma vez só,
    o mundo me espera, minha familia, o por do sol,
    rajada, rajada, click, cleck, bum,
    o sistema a politica vão toma no cú
    dinamita a muralha, derruba no chão
    o 15 é inteligencia versus prisão.
    Um numero a mais, um numero a menos
    pro estado tanto faz, eu não to podendo
    vegeta sem para, vive só de sonha,
    envelhece antes do tempo, sem ve o tempo passa
    Eu sonho em ainda ve, o meu jardim flori,
    ve meu filho feliz, com casa pra mim ri,
    enquanto vive me resta a esperança
    fodeu pra quem morreu na ancia da vingança
    o clima atmosférico preciona sem dó
    te dexa dependente na locura do pó
    robada a sua mente, tudo de bom que ah
    dexando espaço livre pra maldade abita
    na facudade do crime empera o panico e terror
    faze final de pilantra estrupador
    seja feita a vontade perante a lei do réu
    se tive que prova o amargo do féu
    Fleori da risada vendo tudo pela Globo
    esperando que o massacre repitace de novo
    aqui pavilhão nove terra de ninguem
    Cristo não teve aqui, poucos dizem amém.


    Comentários

    Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

    0 / 500

    Faça parte  dessa comunidade 

    Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Detentos do Rap e vá além da letra da música.

    Conheça o Letras Academy

    Enviar para a central de dúvidas?

    Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

    Fixe este conteúdo com a aula:

    0 / 500

    Opções de seleção