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Amor Só De Mãe

Detentos do Rap

LetraSignificado

    Vai vendo, quando estou no veneno
    Preciso de uma ideia não vejo ninguém
    Familiares, parceiros só pensam no que convém
    Não cai e aí ladrão sei muito bem quem foi por mim
    Só Deus sabe o que eu passei meu amor é de mãe só, penso assim
    São vários os patifes que apertam minha mão me chamam de irmão
    Mas viram as costas quando a necessidade bate no meu portão
    Eu sempre corri pelo certo não sou Deus pra ser todo correto
    Não abaixo a cabeça pro meu desafeto, se é vem pensamento é concreto
    Lamento se a inveja foi mais forte do que a sensatez
    Detentos agora e pra sempre, a bola da vez
    Eu sim, vi, corri e fiz por onde o barato virar
    Dificuldades eu passei mas eu resisti as artilharias
    Que por sinal cuzão foi fracas demais
    Eu acreditei, eu acredito que a moral não se ganha se faz
    Corre atrás pois não vou dá asa pro inimigo
    Viveu mas não viverás pra ficar no nosso ritmo
    Quem é sabe o que eu falo não quer ser, pois já é de fato
    Não faz o barato de embalo, não vive e nem corre atrás de status
    Parceiro só Deus nele é a única confiança
    E nela é o único amor é a fonte desde criança
    Não temo pois em algum lugar sei que Deus tá olhando por mim
    E você que abraçou o mundão que nada fez por ti
    Fim de ano ali dentro guardado, castelo é só champanhe
    Guarda pra você vagabundo, que o amor é só de mãe

    Alô!
    Alô, filho? É a mãe, onde é que cê tá?
    Oh mãe, tô fazendo um corre
    Com os parceiros que foi preso no assalto ali
    Assalto? E você como é que cê tá?
    Tô bem mãe
    Ai nóis foi fazer um corre com a mãe do parceiro ali, entendeu?
    Mas é o seguinte, caiu no esquecimento, mais aí, tá preso
    Mas não tá morto não, tá preso, mas não tá morto não
    Entendeu?
    Tá bom filho, Deus te acompanhe

    Domingou sem visita, e o resto da grana a polícia deu o bote
    Seus parceiros da cena veio por você entraram em choque
    Três anos se passou e a loira tingida trabalha no 12
    Que valor que isso tem agora já matou pela vaca e nos dias de hoje
    Seus filhos estão jogados, de aviãozinho na amargura
    Que que você quer pra ele, a mesma tabela ou a mesma loucura
    Truta, agora percebe as pessoas que você deu valor
    Enquanto aquela que merece, implorava pelo seu amor
    Do que adiantou as noitadas com as vagabundas que só queriam
    Dinheiro
    Quantos mil reais na cena mas é só ela que tá sofrendo
    Bandido reflita na ideia, raciocina, porque o caminho é
    Constante, sem liberdade e sem aliado mas com amor que é de mãe

    Na vida do crime eu me entreguei
    E pra sobreviver eu tive que matar
    E lágrimas de mãe, fiz rolar
    Saiba filho que eu te perdoei
    E pra te ver feliz eu tive que chorar
    Só não quero lamentar
    Quero te ver voltar

    É foda saber que já magoou quem mais te amava
    Por mais que respeitado no crime vagabundo
    Agora se sente um nada parceiro
    O mundo dá volta e é sempre ela que vai te ajudar
    Por mais que a gente fale de irmão, é só nela que dá pra confiar
    Compartilha a tristeza e alegria pois ninguém é tão fiel assim
    E eu sei o que ela pedi pra ela, é porque jamais vai querer pra ti
    Entende agora vagabundo, porque o amor é só de mãe?
    Viva por ela, dê o valor naquela frase Deus te acompanhe
    Aí dentro quem manda seu jumbo
    Está sempre presente em dia de visita
    Quem desmaiou e quase morreu de enfarte com a notícia
    Desamparada chicote estralando
    Dentro da prisão e a tropa choque invadindo
    E só ela com o coração na mão
    Sabendo que quem não senta pra aprender
    Jamais ficara de pé para ensinar
    E que o crime ele é o que é
    Mas ele jamais vai admitir as falhas
    Ela pede a Deus que sempre te ilumine e que te
    Acompanhe, o exemplo é pra você vagabundo
    E o amor é só de mãe
    Não me lamentei quando até matei
    Vendo lágrimas de mãe que fiz rolar
    Mas só eu sei, tudo o que eu passei
    Quando pra vida do crime eu tive que voltar

    Meu filho? Dia 15 de outubro de 93
    Lembro como se fosse ontem
    Favela cercada, minha casa invadida
    Pensei até que era um assalto, mas não
    De repente eu vi o nome do meu filho sendo gritado
    O polícia invadiu minha casa
    Levou meu filho lá pra fora, mataram ele
    Jogaram uma pá de droga em cima
    Depois disso minha vida mudou completamente

    Meu filho eu perdi em 92 no massacre do Carandiru
    Não apresentaram o documento, nem o corpo no IML
    Desde o dia do massacre

    Meu filho? Meu filho é um jovem
    Jovem preso em uma cadeira de rodas, pro resto da vida
    Toda mãe sabe, tampa o Sol com a peneira
    E eu fui mais uma!


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