Monte de olvidos

Reflexão e criatividade em "Monte de olvidos" da Divididos

Em "Monte de olvidos", a banda Divididos resgata a harmônica, tocada por Diego Arnedo, criando uma atmosfera introspectiva que remete às origens do grupo. Esse retorno ao passado não é apenas nostálgico, mas reforça o clima de busca por raízes e identidade presente na música. A letra explora a ideia de construir caminhos próprios mesmo diante do esquecimento e da aridez emocional, simbolizados pelo verso “desierto situado en la nada” (deserto situado no nada). Trechos como “con la imaginación construiré un camino donde quiera ir” (com a imaginação construirei um caminho para onde quiser ir) e “un arco iris en movimiento y en expansión” (um arco-íris em movimento e em expansão) mostram como a criatividade pode transformar cenários desolados em novas possibilidades, com o arco-íris representando a diversidade de ideias e sentimentos que surgem ao sonhar e criar.

A música também fala sobre superar o esquecimento e a apatia, sugeridos em “montes de olvido, sin amor” (montes de esquecimento, sem amor). Esses montes funcionam como metáforas para memórias ou experiências deixadas para trás, que precisam ser revisitadas ou ressignificadas. Ao mencionar “vampiros de clonación” (vampiros de clonagem) e “lustrando héroes de esta pasión” (lustrando heróis desta paixão), a banda critica figuras ou sistemas que sugam a autenticidade e repetem padrões, em contraste com a proposta de trilhar um caminho único. O convite em “traza el camino tu pincel” (trace o caminho com seu pincel) reforça a ideia de que cada pessoa pode ser autora da própria trajetória, usando a criatividade para superar o esquecimento e construir algo significativo. Assim, "Monte de olvidos" celebra a imaginação como força vital diante do vazio e da repetição.