O Império Quer Poder

Crítica ao imperialismo e cultura em “O Império Quer Poder”

Em “O Império Quer Poder”, DJ Saddam faz uma crítica direta ao imperialismo dos Estados Unidos, traçando um paralelo entre o império americano e a Roma Antiga. Logo no início, ele cita figuras como Júlio César, Calígula e Nero para associar líderes americanos, especialmente George W. Bush, a governantes marcados pela busca de poder e destruição. Essa comparação reforça a ideia de que a política externa dos EUA é movida por interesses bélicos e econômicos, repetindo padrões históricos de dominação e violência.

A música também ironiza a influência cultural dos Estados Unidos no Brasil, criticando a adoção de termos em inglês e festas como o Halloween, o que simboliza uma perda de identidade nacional diante do “império”. DJ Saddam menciona episódios como a Guerra do Vietnã, as alianças com Bin Laden e Saddam Hussein, e a busca por armas químicas no Iraque para expor a hipocrisia e as consequências das estratégias americanas. O verso “Pois quem cria cobra em casa acaba sempre mordido” resume essa crítica, mostrando como alianças oportunistas podem se voltar contra seus criadores.

Além da crítica política, a letra aborda a negligência com problemas humanitários, como a fome em países pobres e no nordeste brasileiro, contrastando os altos gastos militares com a falta de investimento em necessidades básicas. O tom contestador se intensifica ao final, quando DJ Saddam usa referências religiosas e apocalípticas para expressar indignação diante da repetição dos erros históricos, mas também sugere resistência e consciência crítica, valorizando figuras como Jimi Hendrix e Dead Prez, que representam vozes de contestação dentro da própria cultura americana.