Todas As Horas

A Temporalidade do Amor em 'Todas As Horas' de Djavan

A música 'Todas As Horas' de Djavan explora a relação entre o tempo e as emoções humanas, especialmente o amor. Djavan, conhecido por suas letras poéticas e complexas, utiliza a passagem do tempo como uma metáfora para as experiências e sentimentos que moldam a vida. As 'horas que passam e levam um pouco de mim' sugerem que cada momento vivido deixa uma marca, uma perda ou um ganho, que contribui para a formação do eu. Essas horas são descritas como 'findas e predestinadas', indicando uma inevitabilidade na passagem do tempo e nas experiências que ele traz.

A letra também aborda o sofrimento e a ilusão, com 'horas que provam do meu sofrer' e 'a mesma ilusão sem fim'. Aqui, Djavan parece refletir sobre a repetição de experiências dolorosas e ilusórias, que são parte integrante da jornada humana. A expressão 'hora H, dia D' remete a momentos decisivos e marcantes, enquanto 'horas tontas da mesma bebida' sugere a embriaguez emocional que o amor pode causar, fazendo-nos atuar como 'atores' na vida.

O verso 'horas de fogo caídas no bronze, feridas nas doses do amor' utiliza imagens vívidas para descrever a intensidade e as cicatrizes deixadas pelo amor. Djavan conclui com uma reflexão sobre o aprendizado que vem com o tempo: 'faz tanto tempo que eu me apaixonei, que hoje sei bem melhor'. A repetição de 'todas as horas' no refrão reforça a ideia de que cada momento, bom ou ruim, contribui para a nossa compreensão e crescimento. A música, portanto, é uma meditação sobre a temporalidade e a profundidade das emoções humanas, especialmente o amor.