Corre das Notas

Crítica social e autenticidade em “Corre das Notas” de Djonga

Em “Corre das Notas”, Djonga faz uma crítica direta à hipocrisia e à busca desenfreada por dinheiro, destacando como o desejo pelo sucesso financeiro pode levar à perda de valores. No refrão, ele afirma: “Nem que valha o sangue alheio é o corre das notas”, mostrando que, muitas vezes, a integridade é sacrificada e até outras pessoas são exploradas em nome do lucro. Essa crítica se estende à indústria musical e à sociedade, que frequentemente valoriza mais o dinheiro do que o talento genuíno.

Djonga também expõe a distância entre fama e realidade ao dizer: “batendo milhões no YouTube / E ainda assim batendo carteira no Centro”. Ele desmistifica a ideia de que visibilidade garante estabilidade ou respeito, mostrando que o sucesso aparente nem sempre reflete a vida real. A letra aborda ainda a falsidade nas relações e a superficialidade da fama, como em “Essas minas me amam mesmo ou só pregam peças?” e “Iludido com o cheiro da sua falsa fama / Com perfume pirata, aquela falsa dama”. Djonga se coloca como alguém que recusa se conformar com as expectativas sociais, preferindo a autenticidade à imagem fabricada. As referências a Cristo, Scar e Simba reforçam a ideia de resistência e superação diante das adversidades e traições. Por fim, ao criticar a indústria musical em versos como “Os únicos que ganham por ser revelação / É um grupo de samba / Tipo, nova geração”, ele aponta para a seletividade e injustiça no reconhecimento artístico. O tom urbano e realista da música reflete a experiência pessoal de Djonga e sua visão sobre o “corre” – a luta diária por respeito, dinheiro e autenticidade.