Todo Errado

Culpa, afeto e autossabotagem em "Todo Errado" de Djonga

Em "Todo Errado", Djonga faz uma autocrítica direta e sincera sobre seus erros em um relacionamento, abordando o ciclo de autossabotagem e arrependimento. Logo no início, ele expõe a quebra de confiança com o verso “O combinado era voltar pra casa às 9 / Mas cheguei às 3, batom, putão como fosse solteiro”, mostrando consciência do impacto negativo de suas atitudes. A repetição da expressão “todo errado” reforça essa autoconsciência e sugere um desejo de redenção, mesmo que ainda distante.

A música alterna entre momentos de carinho e confissão de falhas, como em “Falta vergonha na cara, sobra carinho”, evidenciando a dualidade entre afeto e comportamento autodestrutivo. Djonga também conecta seu drama pessoal à realidade social, citando dificuldades financeiras em “Cabeça cheia, carteira vazia / Juro, 'cê janta todo dia ainda que eu venda meu pão, neném”. O conflito entre ambição e valores aparece em “Entre a ganância e ambição, tô em cima do muro”, enquanto a metáfora do skate em “Fui dar um switch nesse skate, mas perdi a base” ilustra sua instabilidade emocional.

No segundo bloco, Djonga aponta também as falhas da parceira, mostrando que ambos têm responsabilidade pelo desgaste da relação. Versos como “Telefone sempre no modo avião” e “Corre boato que ela tava por aí com outro” revelam desconfiança e mágoa. Ao final, o refrão “Te quero bem, mas sou todo errado” resume o sentimento de quem reconhece suas limitações, mas ainda mantém carinho, tornando a faixa um retrato honesto das contradições nas relações amorosas.