pela boca (part. Fabriccio)

Justiça e resistência em "pela boca (part. Fabriccio)" de Don L

Em "pela boca (part. Fabriccio)", Don L propõe uma inversão de papéis marcante: quem antes oprimia agora é confrontado e responsabilizado. O refrão “Vai morrer pela boca” deixa claro que aqueles que usavam a palavra para difamar, mentir e manipular agora enfrentam as consequências do próprio discurso. Essa virada representa uma busca por justiça direta, onde o discurso opressor se volta contra quem o proferiu.

A letra traz referências históricas e revolucionárias, como “Celia Sanchez” (importante figura da Revolução Cubana) e “nova Farc”, conectando a luta das periferias brasileiras a movimentos de resistência global. Ao afirmar “os alemão são os que controlam o estado / Banqueiros e bilionários”, Don L expõe quem realmente detém o poder, criticando a hipocrisia de quem criminaliza os marginalizados enquanto mantém a violência estrutural. O verso “Eu prefiro recontar os corpos / Pra gente medir o estrago” reforça a recusa em aceitar a versão oficial da história, exigindo que o verdadeiro impacto da opressão seja reconhecido.

A expressão “morrer pela boca” é usada de forma ambígua: pode se referir tanto a quem fala demais e acaba prejudicado, quanto à violência literal (“De M16 mesmo pela boca”). Don L utiliza esse duplo sentido para mostrar que, agora, quem sempre teve o privilégio da palavra e do poder está vulnerável. O tom da música é de denúncia e aviso: não há mais espaço para silêncio ou submissão, e a luta por justiça é direta e sem rodeios.