Tapestry

Tapeçaria

Cada fio da criação é mantido em posição
Por outros fios de coisas vivas
Numa tapeçaria terrestre pendurada no horizonte
De cidades fumegantes, tão cinzas e tão vulgares,
Que não se contentam com sua própria negatividade,
Mas precisam tocar todos os seres vivos também.

E cada brisa que sopra gentilmente é um cristal de respiração
Que exalamos no céu de diamante azul:
Tão suave ao toque quanto as mãos do curandeiro,
Tão leve quanto despedidas sussurradas sobre o caixão.
Estamos envenenados pelo veneno a cada respiração que tomamos
Do chaminé de enxofre marrom e da cobra negra da estrada.

E cada amanhecer que se rompe dourado é mantido em suspensão
Como a gema do ovo na clara.
Onde o nascimento e a morte de gerações invisíveis
São interdependentes em vasta orquestração,
E pintados nas cores do fio da tapeçaria
Quando os moribundos nascem e os vivos estão mortos.

E cada pulso do seu coração é um momento líquido
Que flui pelas veias do seu ser.
Como um rio de vida fluindo desde a criação
Aproximando-se do mar a cada nova geração,
Você agora é apenas uma desgraça estagnada e rançosa
Que está rapidamente afundando toda a raça humana.

E cada peixe que nada em silêncio, cada pássaro que voa livremente
Cada corça que pisa suavemente,
Cada folha crocante que cai, todas as flores que crescem,
Nesta tapeçaria colorida, de alguma forma eles sabem
Que se o homem for permitido destruir tudo que precisamos
Ele logo terá que pagar com sua vida por sua ganância.