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A Última Vela

Douce Morphine

La Dernière Chandelle

Lorsque la vie nous dévore
Et qu'on sait qu'elle nous emporte,
Nous la retenons encore
Le temps d'être prêts à la porte.

Trop d'obligations empêchent
mon esprit de vagabonder.
Je connais une centaine de cicatrices
pour un seul supplice.

Des milliers de chandelles brûlent dans la nuit,
Nous veillons tard ce soir mon cher esprit.
Tout est parfaitement comme dans nos rêves :
Et sombre et faiblement illuminé.
La vie semble marquer une tragique trêve,
Comme pour pouvoir mieux me destituer.

Je quitterai mon sourire,
Le masque de mon désespoir.
Les ombres vont alors sortir
De mon esprit froid et noir.
Partout vacilleront les flammes
Caressées par un vent morbide.
Et bientôt s'éteindra mon âme
Au milieu d'un monde triste et vide.

Bientôt cette plaie infectée
Va pouvoir se refermer.

Tous mes maux vont lentement s'écouler
S'évanouir avec ma fleur torturée.
Les ténèbres glaciales m'étreindront
Lorsque toutes les flammes s'éteindront.

Mes poëtes maudits m'ont rejoint.
Il viennent pour me prendre la main.

Quand mon amour aura été gravé
Dans la pierre des souvenirs oubliés,
Je m'éloignerai de mon pas fébrile,
Vers d'autres rivages chercherai mon île.

A Última Vela

Quando a vida nos devora
E sabemos que ela nos leva,
Nós a seguramos ainda
O tempo de estarmos prontos na porta.

Muitas obrigações impedem
Meu espírito de vagabundar.
Conheço uma centena de cicatrizes
Para um único suplício.

Milhares de velas queimam na noite,
Nós ficamos acordados até tarde, meu querido espírito.
Tudo está perfeitamente como em nossos sonhos:
Tanto escuro quanto fracamente iluminado.
A vida parece marcar uma trégua trágica,
Como se quisesse me destituir melhor.

Deixarei meu sorriso,
A máscara do meu desespero.
As sombras então vão sair
Do meu espírito frio e negro.
Por toda parte as chamas vacilarão
Acariciadas por um vento mórbido.
E logo minha alma se apagará
No meio de um mundo triste e vazio.

Em breve essa ferida infectada
Vai poder se fechar.

Todas as minhas dores vão lentamente escorregar
Desvanecer com minha flor torturada.
As trevas gélidas me abraçarão
Quando todas as chamas se apagarem.

Meus poetas malditos me juntaram.
Eles vêm para me pegar pela mão.

Quando meu amor tiver sido gravado
Na pedra das memórias esquecidas,
Eu me afastarei com meu passo febril,
Em busca de outras praias, procurarei minha ilha.

Composição: