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Era dia, mas não via nada, nada
Nada além de seu ego e só
Tava escuro pros cegos
O ódio tampava toda visão
Uma nuvem cobria a população
Na garganta um nó, era grande o BO
Pai me ajude a enxergar!
Através dos monstros, através das cercas
Abra os caminhos!
Eu preciso te olhar, eu preciso te olhar
Ensine aos seus filhos, a tornar um mundo melhor
Antes paz do que razão, nem sempre é bom emoção
Tamo em transmutação, cuide do seu coração
Estamos próximos do pó, estamos próximos do pó
Estamos próximos do pó, próximos do pó

De novo ao casulo, de oitenta furo um morto
Um país morto por todos esses furo
A criança ver isso eu não aturo
Inimigo também é dono do muro
Tome seu lado
O que envenena, o que eu não me curo?
Jurar é pecado, eu juro!
Tentando sempre manter o coração puro
O cotidiano do brasileiro é duro

O cotidiano do brasileiro é duro!
Distante de holofotes que ato que te atrai
Quantos salários valem você não estar em paz
Se aprofundando no raso do cais
O grito libertador de um zé
Dizendo: Eu também sou capaz!
Vira o ano e não vendo a hora de chega o outro
Sentindo o vento mesmo assim ta se sentindo morto
Correndo no canavial, não se sentindo solto
Tomando álcool na madruga e não sentido o gosto

(É fato, o que eles querem eles já tem)
(Você com tudo que quer e não se sentindo bem!)

A guerra te fez de refém
Prefiro ser ninguém do que infeliz sendo alguém
Ei, manchete do dia, se matou na rodovia
Falar de coisas boas não vai da dinheiro
E o que tava passando pegou o celular da tia
Levo o tennis na frente da família em desespero
Mas tudo virar pó, nós vamos virar pó
O melhor e o pior, tudo vai virar pó
Dois mil e noventa máquinas pra presidente
Os anjos de Deus voando armado até os dente
Prisão perpétua pra quem gritar sobre o que sente
Rejeitados no mundo qualquer Deus que nunca mente
Não basta só um tiro, tem que ser nas costas
Pra completar tinha que ser de fuzil
Seu voto deixou quantas pessoas mortas
Ou quantos nas ruas morrendo de frio
Pra deixar pior ainda era uma criança
A nossa única esperança pra mudar o Brasil
Tão vendendo o próprio peito pra sustenta essa ganância
Cada bala perdida foi um pobre que atingiu

Hora de fazer, hora de agir
Antes que todo esse chão comece a nos engolir
(Tudo que esta acontecendo eu já li
Vi de frente o inimigo, enfrentei e não corri)
Hora de fazer, hora de agir
Antes que todo esse chão comece a nos engolir
(Tudo que esta acontecendo eu já li
Vi de frente o inimigo, enfrentei e não corri)

Qual o exemplo pras crianças do século XXII
Se é que tudo isso ainda vai estar aqui
Parafusos serão prato de feijão com arroz
E inimigos irão ter que se engolir
Enquanto os carros voam humanos vende humanos
Parece até que nós voltamos, eu já vi esse filme antes
Armas serão expostas em toda estante
Óleo diesel será vendido tomados como refrigerantes
Balas serão vendidas como relaxantes
E a natureza não estará em nosso alcance
Como hoje vamos querer viver os tempos de antes
Porque o tempo dos netos, serão agonizantes!

Era dia, mas não via nada, nada
Nada além de seu ego e só
Tava escuro pros cegos
O ódio tampava toda visão
Uma nuvem cobria a população
Na garganta um nó, era grande o BO
Pai me ajude a enxergar
Através dos monstros, através das cercas
Abra os caminhos
Eu preciso te olhar, eu preciso te olhar
Ensine aos seus filhos, a tornar um mundo melhor
Antes paz do que razão, nem sempre é bom emoção
Tamo em transmutação, cuide do seu coração
Estamos próximos do pó, estamos próximos do pó
Estamos próximos do pó, próximos do pó