Elegância Antiga
Eduardo Gudin
Desperta, meu velho chorinho
Venha em meu socorro
Porque, quando eu estou sozinho
Se deixar, eu morro
Venha, me acuda
E depressa, não fica esperando
Que eu peça ajuda
Eu tenho esse orgulho
Que emperra, trava minhas juras
E tem sido assim
Minha desventura
Chorinho de terno de linho
Elegância antiga
Convida que eu sempre adivinho
Os passos da dança
Dança, conduza
E me leva por novos caminhos
Chorinho, me muda
Me quebra esse orgulho
Enterra, crava essa amargura
Ó, chorinho, vem me trazer ternura
Pra usar no amor
Pra gastar no amor
Pra ficar de bem do amor
Mágica canção
Linhas da minha mão
Como um realejo
Brinca com a ilusão
Caminhar num labirinto
Cartas sobre a mesa
Incertezas
Chorinho dissonante, inebriante
Vem no ar
Cabe a mim te escutar
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