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Basura Floreada

Eladia Blázquez

Basura floreada,
mentira cochina,
cochina saciada,
con paja muy fina.
Palabras, palabras,
recuentos y cifras,
discursos, programas,
qué gasto en saliva.

A nosotros, los parias,
nos da mucha risa
las vuestras patrañas
de poca inventiva.
Nosotros, chatarra
de vuestras alquimias,
amamos las vacas
con ubres bonitas.

Vendemos chorradas
y bolsas de pipas,
pelitos de rata
y medio turista.
Comemos entrañas,
asadas o fritas,
de tontos sin gracia
de clase exquisita.

Nosotros, la sarna
sin gusto que pica,
picamos las nalgas
de excelsos puristas.
Cantamos arañas,
bacterias y espinas,
concretas-abstractas
y uva maligna.

No damos la lata
que está prohibida.
Las cosas bien claras,
no sea que digan.
Y aquesto se acaba,
echemos cortina,
mal rayo nos parta
y a usted lo bendiga.

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