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Ouro de Tolo

Eloy Polemico

Letra

    Terra de caboclo, nêgo no sufoco
    A proteção do guia, do santo, é pouco
    Pobre, oco, cidadão maluco
    Criam seus demônios, premiam lucas lucco
    Castelos na cidade, dinheiro invade a fé, vaidade
    Bom pra quem? Mão pra quem?
    Bombas e camicazes, filosofias extremistas
    Bom pra quem? Mão pra quem?
    Gente daqui só tem um livro e mal sabe ler
    E, na rua, vão apedrejar você
    Realidade ainda é triste, cristo disse ame
    Mas urânio e plutônio matam o enxame
    Pasmem! Tô dando um gás, man
    'Cê culpa satanás, man
    Ideologia criminosa, aqui, jamais, né?
    Hoje, eu tô amargo-café
    Além da alegoria, davi versus golias

    Mano, eu queria que fosse um instinto precoce
    Onde eu pudesse ter razão
    Poder segurar a tosse
    Como marcelo rossi
    Ser pop e cantar pros irmãos
    Eu tô vendo: Querem me calar
    Difícil é pouco, quero ver me alcançar
    Avisa o lado de lá que eu tô bem
    Com a corda no pescoço
    Mas ninguém me detém

    Então, a verdade é um conceito
    A verdade, ela é produto da necessidade psicológica por duração

    São vários quilos de maconha, quilos de cocaína
    Nem tudo que brilha é ouro, nem são águas cristalinas
    Veja, querem tirar seu melhor, tem que caminhar na dor
    E conhecer o seu pior, mano, seja como for
    Não são luzes natalinas, pare e olhe mais pro fundo
    Respira fundo e analisa
    Não querem que a gente invista
    Não querem que a gente insista
    Só querem que a gente assista
    Até perder de vista, verdade seja dita
    Malditos, guiando mentes atingidas
    Lucram com isso, controlam nossos vícios
    Até ilícitos, ciclos são só negócios
    E eles precisam evitar o prejuízo
    Eu devia estar contente, pois não pago aluguel
    Nos fodem com tanto imposto, que pagamos o motel
    Iludem, e os mais perdidos compram terreno no céu
    Na terra, são só mentiras encobertas por um véu

    E aí, joe, como é que tá?
    No momento, sem vontade de falar
    De me explicar pra surdo, de me exibir pra cego
    Põe mais um prego na cruz, apaga a luz, me deixa quieto
    Se precisar, confesso, falta um s no peito
    Ah! Viver entre vocês me apodrece
    Acontece que eu não simpatizo com esse lado
    Cansado do paraíso, vou virar o mundo do avesso
    Buscar algo que preste, analisar entranhas
    Ou cruzar meus dedos pra encontrar um'outra peste (hoo!)
    Fazer o máximo, sinto que é o mínimo
    Não peço ajuda a Deus (não posso), não pago dízimo
    Sessenta quilos de pavio, cultura e fé
    Pus pensamentos no caderno e minha loucura no boné
    Overdoses de café, catequese de pajé
    Ninguém quer ser che guevara, todos querem ser pelé (ah)
    A consciência faz peso no pescoço
    Paraquedismo rumo ao fundo do poço
    A um palmo de encontrar de vez a fera
    Mas calmo, como quem joga xadrez na trincheira
    Ainda acredito que há algo que nos una
    Mas não líderes sem cérebro e povo sem coluna
    Avisa o lado de lá que eu tô bem
    Garimpando ouro de tolo
    Em coro, gritem amém!

    Mano, eu queria que fosse um instinto precoce
    Onde eu pudesse ter razão
    Poder segurar a tosse
    Como marcelo rossi
    Ser pop e cantar pros irmãos
    Eu tô vendo: Querem me calar
    Difícil é pouco, quero ver me alcançar
    Avisa o lado de lá que eu tô bem

    É muita prepotência do ser humano achar que ele é o princípio de sua ação
    No máximo, você participa da sua ação


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