exibições de letras 2.205
LetraSignificado

    Vim trazer meu reizado
    Um coco bem batucado
    Um louro trocadilhado
    E as seis horas de cancão

    Trago um padeiro na mão
    Na viola um dedilhado
    No canto um verso inspirado
    E no compasso outro baião

    Trago o xudu que bebeu das águas do improviso
    Que com dois metros de chita abriu de nita o sorriso

    Trago loucura ao juízo
    Fazendo verso voar
    Como o certo e o indeciso
    São fáceis de caminhar

    Relembro quando criança
    Boneca eu não possuía
    Eu pegava era um sabugo
    Num mulambo eu envolvia
    Numa casinha do mato
    Passava o resto do dia"

    Num domingo de verão
    Depois que almocei coalhada
    Fui pra rua e a meninada tava jogando pião
    Eu gostei da diversão, na terça mãe foi pra feira
    Trouxe pra mim pra mim uma ponteira
    E eu inventei pro meu uso, um bico de parafuso no pião de goiabeira

    No batente da casa da fazenda
    Tropecei quando ainda era bem moço
    Esperei mãe trazer meu almoço
    Vi maria sentada fazer renda
    Muita gente deixava uma encomenda

    Um menino batia seu pião
    Pra ficar mais macio em sua mão
    Dava cortes profundos na madeira
    Tem até um buraco de pingueira
    No batente de pau do casarão

    Chegava em casa enfadado
    Me deitava numa rede
    Quando me achava com sede
    Chegava mãe do meu lado
    Trazia um copo bordado com água pra eu beber
    Depois vinha me dizer: levanta, vem almoçar
    Foi assim que eu vi passar meu tempo bom sem saber

    Não me esqueço da roça do vizinho
    Onde a tarde cantava a seriema
    Um defeito num galho de jurema que um casal de rolinha fez seu ninho
    Por ser muito na beira do caminho

    O filhote assustou-se e foi ao chão
    Quado eu fui colocá-lo na prisão
    Pai mandou devolvê-lo à liberdade
    Quando a gente magoa uma saudade
    Incomoda de mais o coração

    Brincadeiras de menino nunca tirei da lembrança
    Hoje revi o terreiro que brinquei quando criança
    E o balanço ali parado
    Mas aquele balançado
    Ainda hoje me balança

    Corre moleque, desce dessa goiabeira
    Que o dono vem na carreira, querendo te derrubar
    Some no mato, pula cerca feito um gato
    Sem sentir que é insensato roubar fruta do pomar

    Pulou pro açude, que eu sei que ele tá sangrando
    Pra atravessá-lo nadando, sei medo de se afogar
    Pescar piaba, onde o barreiro deságua
    Brincar de galinha-d'água,do pega e de mergulhar
    Depois jogar-se na enchente do desafio
    E descer no doço do rio e fim da ponte pular

    Volta pra rua
    Que a vida é só brincadeira
    É toca, barra-bandeira
    Peteca e rende-se-lá

    É carrapata, burrinha jogo de bola
    Fica pião, meia sola, sinuca, bila bilhar
    Terras alheias, roda, notas de cigarro, garrafão, bolinho de barro
    Caverna, anel, guerrear

    Quebra panela, pula corda, academia
    Pau de sebo, caçar gia, correr na chuva, gritar
    Junta castanha de caju, joga pitelo
    Na areia faz teu castelo, não deixa desmoronar

    Constrói, menino
    Teu carro de rolamento
    Faz tua pipa que o vento
    Te chama pra empinar

    Só não me venhas
    Brincando de esconde-esconde
    Pois temo que fiques onde
    Eu não possa mais te encontrar

    Admiro o pica-pau na madeiro do angico
    Que passou a tarde inteira
    Teco teco, tico tico
    Nem sente dor de cabeça
    Nem quebra a ponta do bico

    Corre moleque, desce dessa goiabeira
    Que o dono vem na carreira, querendo te derrubar
    Some no mato, pula cerca feito um gato
    Sem sentir que é insensato roubar fruta do pomar

    Pulou pro açude, que eu sei que ele tá sangrando
    Pra atravessá-lo nadando, sei medo de se afogar
    Pescar piaba, onde o barreiro deságua
    Brincar de galinha-d'água,do pega e de mergulhar
    Depois jogar-se na enchente do desafio
    E descer no doço do rio e fim da ponte pular

    Volta pra rua
    Que a vida é só brincadeira
    É toca, barra-bandeira
    Peteca e rende-se-lá

    É carrapata, burrinha jogo de bola
    Fica pião, meia sola, sinuca, bila bilhar
    Terras alheias, roda, notas de cigarro, garrafão, bolinho de barro
    Caverna, anel, guerrear

    Quebra panela, pula corda, academia
    Pau de sebo, caçar gia, correr na chuva, gritar
    Junta castanha de caju, joga pitelo
    Na areia faz teu castelo, não deixa desmoronar

    Constrói, menino
    Teu carro de rolamento
    Faz tua pipa que o vento
    Te chama pra empinar

    Só não me venhas
    Brincando de esconde-esconde
    Pois temo que fiques onde
    Eu não possa mais te encontrar


    Comentários

    Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

    0 / 500

    Faça parte  dessa comunidade 

    Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Em Canto e Poesia e vá além da letra da música.

    Conheça o Letras Academy

    Enviar para a central de dúvidas?

    Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

    Fixe este conteúdo com a aula:

    0 / 500

    Opções de seleção