A Pergunta

Sensato e inteligente
Sincero e verdadeiro
Entranhado na minha mente
Um defeito corriqueiro
Que contradiz as qualidades que citei primeiro

Dentro da minha vida busco falar
Falar com sensatez
Dizer que tá errado sem brigar
E de forma educada dizer que a razão é minha vez
Aceitando apenas o sim e ignorando o não e o talvez

De certa forma, sou inteligente
Mudo o pensamento
De quem quis mudar minha mente
Não perco o argumento
E ainda provo da pessoa: Incoerente

Também busco está com sinceridade
Não ter medo de quem me intimida
Pois só com a verdade
Gosto de enfrentar a vida
Com palavras duras e secas, de forma bastante aguerrida

O posto de verdadeiro
Carrego com orgulho
Pois mais que aventureiro
Na verdade eu mergulho
E dos mentirosos só escuto os borbulhos

Mas como eu disse: Há a contradição
Na pergunta: Estás bem?
Carrego a maldição
Que de felicidade estou sem
E deixo de responder não

Maldita pergunta que me deixa corromper
Não querendo atrapalhar ninguém
Respondo que estou bem e sigo meu sofrer
Alguns me conhecem, outros nem
E daí me padece a infelicidade de não estar bem

Portanto, eis a pergunta que me faz
Insensato, burro, falso e mentiroso
Que a sensatez e inteligência não tenho mais
E de burro fico num estado horroroso
Sem desabafar: Algo tenaz
Tornando para mim, eu mesmo, perigoso

Sou o meu veneno
O orgulho é um ingrediente
Passo por estado que me peno
Mas não deixo de me preocupar com gente
Sendo que quando se relaciona a mim, sou totalmente indiferente

Eis pergunta tão comum e pertinente
Que desperta em mim o que ninguém sente
Eis o meu jeito de ser diferente