Requiem III

Requiem III

Requiem III

Ingênua, a luz da lua me abraçaIngenua la luz de la luna me abraza
tingindo de elegante prateadotiñendo de elegante plateado
parte da minha figura solitária,parte de mi solitaria figura,
que ainda em vão pensa em você.que aún en vano piensa en tí.

Arrancas de mim todo desejoArrancas de mi todo deseo
do aqui e agora viverdel aquí hoy vivir
ao me ver forçada a vagar sem você.al verse forzada al sin ti deambular.
Ser um espírito errante,Ser un vago espíritu errante,
vazio por dentro,vacío por dentro,
perambulando pelos caminhos da melancolia.morando por los senderos de la melancolía.
Encontrando em cada figuraEncontrando en cada figura
uma imagem que não foi.una imagen que no fue.

E com tão duro pesarY con tan duro pesar
desde o mais profundo da minha essênciadesde lo más profundo de mi escencia
minha alma soluça sem forçasmi alma solloza sin fuerzas
rogando o final do seu infeliz brilhar.rogando el final de su desgraciado alumbrar.

Com terrível eco sobre o quarto vazioCon terrible eco sobre la vacía habitación
minhas entranhas se retorcemretuercense mis entrañas
como se avisassem seu goteante final,como advirtiendo su goteante final,
enquanto cegas de dormientras cegadas por dolor
minhas pálidas mãos auxiliam meu sermis pálidas manos auxilian mi ser
com o cortante brilho do metal afiado.con el tajante brillo del filoso metal.

Adentrada a noite, o céu suplicaAdentrada la noche el cielo suplica
com piedosa chuva para aquele destino mudar,con piadosa lluvia para aquel destino cambiar,
mas ignorado pela minha inegociável decisãopero ignorado por mi innegociable decisión
sua ira se solta com um violento estalo.su ira desata con un violento chasquear.

Suspiro Intraural...Suspiro Intraural...

Empapado em fúria, me dirijoEmpapado en furia me dirijo
àquele verde paraíso onde rejeitaste meu amor,hacia aquel verde paraíso donde rechazaste mi amor,
para transformá-lo em minha tumbapara convertirlo en mi tumba
e meu já palpável final.y mi ya palpable final.

"Até aqui chegaram meus passos,"Hasta aquí llegaron mis pasos,
meu fôlego, meu sofrer.mi aliento, mi sufrir.
De agora em diante não será minha almaDe ahora en mas no será mi alma
a que arraste os grilhões dola que arrastre los grilletes del
sofrimento eterno de não ter você.sufrimiento eterno del no tenerte.
Arrastarei minha essência longe daqui,Arrastraré mi esencia lejos de aquí,
donde seu nome não seja maisdonde tu nombre no sea más
que a mera lembrança do porquêque el mero recuerdo del porqué
havia tirado minha vida.habré quitado mi vida.
E em meu epitáfio não haveráY en mi epitafio no habrá
mais que duas palavras:más que dos palabras:
Maria Magdalena"María Magdalena"

( Postmortem( Postmortem
Maria Magdalena: )María Magdalena: )

"O que fizeste, minha alma?¿Qué haz hecho, alma mía?
Arrancaste de mim o melhor que eu tinha.Arrancaste de mi lo mejor que tenía.
Arruinaste esperanças de, por fim, algum diaArruinaste esperanzas de por fin algún día
contar meu profundo segredo.mi profundo secreto contar.
Mas talvez não entendas estas simples palavrasMás quizá no entiendas estas simples palabras
pela grande ironia que te roubou de meu lado.por la gran ironía que te robó de mi lado.
E sendo já tarde, só restam meus lamentosY siendo ya tarde sólo quedan mis lamentos
daquela seca tarde de outonode aquella seca tarde de otoño
por rejeitar seu pedido.por tu petición rechazar.
E é que eu, tão triste e insignificante,Y es que yo, tan triste e insignificante,
temía ser indigna de acompanhar sua vida.temíame indigna de tu vida acompañar.
E assim, após tal covardia,Y es así que tras tal cobardía
ofereço minha vida ao deus Poseidonofrendo mi vida al dios Poseidón
para assim afogar minha tristeza na esperançapara así ahogar mi tristeza en la esperanza
de reencontrá-lo (e assim remediar meu fatal erro.)de reencontrarte (y así remediar mi fatal error.)