395px

A Construção

Enzo Jannacci

La Costruzione

E quella volta amò come se fosse l'ultima
E poi baciò sua moglie come se fosse l'ultima
Ed ogni figlio suo come se fosse l'unico
E attraversò la strada col suo passo timido
Salì la costruzione quattro muri solidi
Mattone su mattone in un disegno logico
Ma gli occhi già impastati di cemento e lacrime
Seduto a riposare come fosse sabato
Mangiata pasta scotta come fosse un principe
Bevuto e singhiozzato come fosse un naufrago
Ballato e riso come se si sentisse musica
Ed inciampò nel cielo come ubriaco fradicio
E fluttuò nell'aria come fosse un passero
E cadde giù per terra come un pacco flacido
Agonizzando in mezzo del passaggio pubblico
E' morto contromano disturbando il traffico

E quella volta amò come se fosse l'ultima
E poi baciò sua moglie come se fosse l'unica
Ed ogni figlio suo come se fosse prodigo
E attraversò la strada come ubriaco fradicio
Salì la costruzione come fosse solida
Salì l'impalcatura quattro muri magici
Mattone su mattone in un disegno logico
Con gli occhi già impastati di cemento e traffico
Seduto a riposare come fosse un principe
Mangiata pasta scotta come fosse il massimo
Bevuto e singhiozzato come fosse macchina
Ballato e riso come fosse il prossimo
Ed inciampò nel cielo come se si sentisse musica
E fluttuò nell'aria come fosse sabato
E cadde giù per terra come un pacco timido
Agonizzando in mezzo nel passaggio naufrago
E' morto contromano disturbando il pubblico

E quella volta amò come se fosse macchina
E poi baciò sua moglie come fosse logico
Salì l'impalcatura quattro muri flacidi
Seduto a riposare come fosse un passero
E fluttuò nell'aria come fosse un principe
E cadde giù per terra come ubriaco fradicio
E' morto contromano disturbando il sabato

A Construção

E aquela vez amou como se fosse a última
E depois beijou sua esposa como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção, quatro paredes sólidas
Tijolo por tijolo em um desenho lógico
Mas os olhos já empastados de cimento e lágrimas
Sentado pra descansar como se fosse sábado
Comeu macarrão passado como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e riu como se ouvisse música
E tropeçou no céu como um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um passarinho
E caiu no chão como um pacote murcha
Agonizando no meio do caminho público
Morreu na contramão, atrapalhando o trânsito

E aquela vez amou como se fosse a última
E depois beijou sua esposa como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse prodígio
E atravessou a rua como um bêbado
Subiu a construção como se fosse sólida
Subiu a estrutura, quatro paredes mágicas
Tijolo por tijolo em um desenho lógico
Com os olhos já empastados de cimento e trânsito
Sentado pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu macarrão passado como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse uma máquina
Dançou e riu como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E caiu no chão como um pacote tímido
Agonizando no meio do caminho de um náufrago
Morreu na contramão, atrapalhando o público

E aquela vez amou como se fosse uma máquina
E depois beijou sua esposa como se fosse lógico
Subiu a estrutura, quatro paredes murchas
Sentado pra descansar como se fosse um passarinho
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E caiu no chão como um bêbado
Morreu na contramão, atrapalhando o sábado

Composição: