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Minha Vida em Quarto Fechado

Éric Panic

Ma vie à huis clos

Ça me glisse sur les épaules et le dos, comme de l'eau
Ça me touche et m'agace à peine, comme quelqu'un qui me frôle dans le métro
Ça passe dix pieds au-dessus de mon seuil d'existence
Ça n'arrive même pas à la cheville de ma tolérance et de mon insouciance

Je me suis payé un arsenal
Une vitre certifiée anti-balles

Protection maximale écran total

Je suis blindée immunisée
Intentionnellement aveuglée
Je suis passée de l'autre côté
Maintenant y'a plus rien qui me fait chier

J'ai fermé les valves, j'ai coupé les ponts
Du monde, j'ai brepoussé les pleurs
Je suis mon bourreau, j'ai choisi ma prison
Auteure de mon propre malheur
L'enfer brûle en moi comme un condamné
Qui se nourrit de mes erreurs
Je me suis enfermée et j'ai perdu ma clef

Je me consume de l'intérieur

J'assiste impuissante au huis clos de ma vie
Comme un show à guichet fermé
Un party où je ne suis pas invitée
L'enfer c'est pas les autres, c'est moi qui vous le dit
On a tous une image de soi
Un ennemi qui s'ammuse à nous juger

Je suis une cellule apathique
Volontairement amnésique
J'ai choisi l'absence chronique
Je me suis perdue, c'est pathétique

Minha Vida em Quarto Fechado

Me escorre pelos ombros e pelas costas, como água
Me toca e me irrita um pouco, como alguém que me esbarra no metrô
Passa a dez pés acima do meu limiar de existência
Não chega nem perto da minha tolerância e da minha despreocupação

Eu me equipei com um arsenal
Uma janela certificada à prova de balas

Proteção máxima, tela total

Estou cega, imunizada
Intencionalmente ofuscada
Eu passei para o outro lado
Agora nada mais me incomoda

Fechei as válvulas, cortei os laços
Do mundo, afastei os choros
Sou meu próprio algoz, escolhi minha prisão
Autora do meu próprio infortúnio
O inferno arde em mim como um condenado
Que se alimenta dos meus erros
Me tranquei e perdi a chave

Estou me consumindo por dentro

Assisto impotente ao quarto fechado da minha vida
Como um show com ingressos esgotados
Uma festa onde não fui convidada
O inferno não são os outros, sou eu quem diz
Todos temos uma imagem de nós mesmos
Um inimigo que se diverte nos julgando

Sou uma célula apática
Voluntariamente amnésica
Escolhi a ausência crônica
Me perdi, é patético

Composição: