A L'ami Décédé

Le portail de fonte
Se dresse majestueux
Veillant, tel un archonte
Sur ce paisible lieu
Le silence ici pose
Sur le marbre luisant
Une porte de sang
Qui est à jamais close
Errant en mal d'horreur
Las, je traîne mon corps
Humain cerné de fleurs
Vivant, cerné de mort

Je me meus mon ami
Sur ce drap de gravier
Dans cet endroit maudit
Où suinte le sacré
Parmi les sépultures
Je recherche le havre
Où guérit ta blessure
Où pourrit ton cadavre
Je me prosterne en pleurs
Devant un petit tas
De terre et de gravats
Symbole de douleur
Dans le ciel il repose!
M 'ont dit les hommes en robes
Ces malheureux microbes
Qui font? Uvre de prose
Ces hommes veulent me faire croire
Qu'il y a autre chose
Que tout est beau et rose
Au bout du long couloir
Je ferme les poings et cogne
La terre de ton abri
Toi, mon défunt ami
Sperme devenu charogne

Pour toi tout est fini
Et pour moi tout commence
En mon âme meurtrie
Condamnée à l'errance
Je goûte la souffrance
Que m'inflige à jamais
Mon enfance envolée
Dans l'ombre de l'absence
Ayant perdu ta main
Je pousse mon fardeau
Affrontant le chaos
Sisyphe du chagrin

Para o Amigo Falecido

O portal do elenco
Fica majestoso
Observando, como um arconte
Neste lugar pacífico
O silêncio aqui posa
No mármore brilhante
Uma porta de sangue
Quem está para sempre fechado
Vagando em horror
Ai, eu arrasto meu corpo
Humano cercado por flores
Vivo, cercado pela morte

Eu movo meu amigo
Nesta folha de cascalho
Neste lugar amaldiçoado
Onde exala o sagrado
Entre os enterros
Eu procuro o porto
Onde sua ferida cicatriza?
Onde seu cadáver apodrece
Eu me prostro em lágrimas
Na frente de uma pequena pilha
Terra e entulho
Símbolo da dor
No céu ele está descansando!
Eu disse homens em vestidos
Esses micróbios infelizes
Quem faz o trabalho de prosa
Esses homens querem que eu acredite
Que há outra coisa
Que tudo é lindo e rosa
No final do longo corredor
Eu fecho meus punhos e bato
A terra do seu abrigo
Você, meu falecido amigo
Cum tornou-se carniça

Para você tudo está acabado
E pra mim tudo começa
Em minha alma machucada
Condenado a vagar
Eu provo o sofrimento
O que está me infligindo para sempre
Minha infância sobe
Na sombra da ausência
Tendo perdido sua mão
Eu empurro meu fardo
Enfrentando o caos
Sísifo de tristeza

Composição: