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Telemoto

Erva Buena

Letra

    Apeei dum telemoto de bombacha e capacete
    No galpão do meu cumpadre lá na forquilha do brete
    Puxei dum verbo crioulo e larguei pros que churrasqueavam
    Com licença, companheiros, calculem donde eu andava

    Saí alta madrugada da Venda do Gurujuca
    Quando os ET me levaram numa nave igual um fuca
    Pra uma base de espionagem numa Lua de Saturno
    Enfestada de marciano de farda, boina e cuturno

    Me mostraram toda a história do céu e as constelações
    Peleia interplanetária, amor e conspirações
    Vi planeta baio, poliango, tubiano e até carijó
    Lua e estrela a granel, num céu lá dos cafundó

    Depois, me plantaram um chip no caroço das ideia
    Tudo que eu vejo no mundo eles assistem de platéia
    Não! Eu não tô loco, indiada. Nem andei chimbando bauro
    Esta nave que me trouxe, a placa é de alfa-centauro

    Justo eu que vim no mundo, inocente criatura
    Em casa de pouco recurso, fui criado sem frescura
    Me escolheram por gaudério que ando no mundo inteiro
    Pra retratar este pago fazendo verso pampeiro

    Naquele Bolicho
    Rafael Ovidio

    Naquele bolicho na beira do brête
    Restou um cavalete e uma cuia extraviada
    Um rolo de fumo, uma yerba mofada
    Uma boneca de pano e uma palha sovada

    Restou um pensamento na mesa de tábua
    Um jogo de truco, cujo ou suerte na tava
    Um partidor de saudade na cancha trilhada
    E uma parelha de vultos, esperando a largada

    Naquele bolicho de paredes rachadas
    Restou um silêncio perdido nas horas
    Um relojo de bolso e um par de esporas
    Um gato caduco que esqueceu de ir embora

    Naquele bolicho nos confins da querência
    Uma poeira de ausência na mangueira de pedras
    Um jasmineiro cheiroso perfumando a tapera
    E a ilusão imponente de um palanque na espera

    Restou um um calendário com os dibujos do Molina
    Um frasco de Olina e uma caneca louçada
    Uma garrafa vazia, uma pipa sem água
    Um suspiro, uma tosse de um fantasma com asma

    Restou um pandeiro e uma gaita furada
    Uma mão imaginária batendo no balcão
    Outra mão branquicenta encarangada de geada
    Ponteando a guitarra, trabalhando o bordão

    Daquele bolicho na beira do brête
    Só restou a lembrança das coisas do pago
    Um cheiro de pastel engordurando o minuano
    E uma tarde, uma tarde, domingueira remoendo o passado

    Justo eu que vim ao mundo inocente criatura
    Em casa de pouco recurso fui criado sem frescura
    Me escolheram por gaudério que ando no mundo inteiro
    Pra retratar esse pago, fazendo o verso pampeiro

    Fazendo verso pampeiro
    It makes me wonder

    Enviada por Diego. Legendado por Vitor. Revisão por Diego. Viu algum erro? Envie uma revisão.

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