Índigo

Uma manhã
Quando era distante sonhar
Pingos feitos de força do mar
Vieram pingar
Um dia e três passos firmes
Ao monte da vez
Um mais outro
Mais menos talvez
Chego ao fim de estar

É por um triz
Bem achava que eu era feliz
Toda presa ao chão, à raiz
Agora sou ar
Em pouco estou
Porque pouco restou do que sou
E o que é muito nem sempre ajudou
Esse encontrar

Ah se o entorno do fim que é meu
Fosse claro do azul de você
Eu lhe daria vigor
Ao relento do índigo amor
Que é só seu
Ah se eu pudesse assim te abraçar
No revés do discurso ao luar
Meu corpo um só junto ao seu
Cantaria o prelúdio do Orfeu
Que há

Nem o silêncio que existe em você
Pousará de aflição em meu ser
Eu mesmo triste de amor
Da mais funda largura da dor
Cantarei

Sei me desfaço de espelhos e anéis
Não consigo ver só
Inventei nossa história
Pintei uma casa
A vez que chorei
Por te amar demais

Fique aqui em meu seio
Em mim
Que eu descanso em você
Meu azul
E eu te direi meu amor
Veja e sinta o bem que restou
Em mim