Tempest

Vulnerabilidade e caos emocional em “Tempest” de Ethel Cain

O título “Tempest” faz referência tanto a uma tempestade literal quanto ao turbilhão emocional vivido pela narradora. Ethel Cain conecta esse simbolismo ao tornado que atingiu Shady Grove, Alabama, um evento citado em seu livro e em produtos de merchandising. Essa ligação entre desastre natural e caos interno aparece em versos como “I still dream of violence” (ainda sonho com violência) e “sulfuric acid in my brain” (ácido sulfúrico no meu cérebro), que expressam sentimentos intensos de autodestruição e confusão mental. A atmosfera sombria da música, marcada por elementos de doom metal, reforça a sensação de desamparo e turbulência.

A letra aborda de forma direta temas como arrependimento, solidão e a busca por redenção. Isso fica claro em frases como “I'll hurt myself if I want, I don’t care” (vou me machucar se eu quiser, não me importo) e “Please, just go easy on me, I am young and naïve” (por favor, pega leve comigo, sou jovem e ingênua). A repetição de “Waiting for my own” (esperando pelo que é meu) e “Always on my own” (sempre sozinha) destaca o isolamento e a dificuldade de encontrar pertencimento. O pedido “Someone take me home / I wanna go home” (alguém me leve para casa / eu quero ir para casa) revela o desejo de acolhimento e fuga da dor emocional. Já o trecho “I'm gonna regret this” (vou me arrepender disso) faz referência direta ao merchandising da artista, mostrando a consciência dolorosa das próprias escolhas e um ciclo de autossabotagem. Ao unir experiências pessoais, metáforas de destruição e uma sonoridade densa, Ethel Cain constrói uma narrativa marcada por vulnerabilidade extrema, onde a tempestade externa reflete o caos interno da personagem.