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La Camorrita

Fabio Cadore

La Camorrita

Alma que canta para quién
En el infierno de los días
Crepita el tufo del revés
En el sobaco que te mira

Alma que truena en un rincón
Con alarido de marrano
Pide limosna y atención
Desde la palma de la mano

Alma que tanto te han herido
Por qué parlas a ese jodido
Sos saco roto en el montón
Nadie te escucha en esta orilla
Nadie te reza de rodillas
Y algunos piden, piden

Alma que canta para quién
En el infierno de los días
Crepita el tufo del revés
En el sobaco que te mira

Alma que tanto te han herido
Por qué parlas a ese jodido
Sos saco roto en el montón
Nadie te escucha ene esta orilla
Nadie te reza de rodillas
Y algunos piden ¡paredón!

Oíme
Con un clavo, rayaron el esmalte en el alma
Dejaron una mueca en el medio de la boca
Nunca confundas eso con una sonrisa
Te digo que por abajo trabajan los que nunca trabajan
Te digo que los que roban, no roban plata, roban futuro
Te digo que la vida fácil quiere gatillo fácil
Los silbidos del alma van a ninguna parte
Pero, en algún lugar, uno más uno
Quiere decir nosotros

La Camorrita

Alma que canta para quem
No inferno dos dias
Quebre o fedor de cabeça para baixo
Na axila que olha para você

Alma que troveja em um canto
Com gritos de porco
Peça esmola e atenção
Da palma da sua mão

Alma que te machucou tanto
Por que você está falando com aquele filho da puta?
Você está quebrado no heap
Ninguém te escuta nesta costa
Ninguém reza para você de joelhos
E alguns perguntam, eles perguntam

Alma que canta para quem
No inferno dos dias
Quebre o fedor de cabeça para baixo
Na axila que olha para você

Alma que te machucou tanto
Por que você está falando com aquele filho da puta?
Você está quebrado no heap
Ninguém te escuta nesta costa
Ninguém reza para você de joelhos
E alguns pedem uma parede!

Me ouvir
Com um prego, eles arranharam o esmalte na alma
Eles deixaram uma careta no meio da boca
Nunca confunda isso com um sorriso
Eu te digo que aqueles que nunca trabalham trabalham abaixo
Eu te digo que aqueles que roubam, não roubam dinheiro, roubam o futuro
Eu lhe digo que a vida fácil quer um gatilho fácil
Os assobios da alma não levam a lugar algum
Mas, em algum lugar, um mais um
Isso significa a gente?

Composição: Raúl Carnota