Y Matamos El Claro De Luna

E Matamos o Clarão da Lua

Y Matamos El Claro De Luna

é um feitiço e não vai se quebrares un hecizo y no se va a quebrar
aqui a terra é atada ao maraqui la tierra es atada a el mar

brilhos de ouro ecos do tempobrillios de oro ecos del tiempo
grandiosa e frágil magia e encantograndiosa y fragil magia y encanto

caminhando entre "ruas" e "caminhos"caminando entre "calli" y "campielli"
se avistam altas antigas bandeirasse divisan altas antiguas banderas
de uma cidade que foi um tempo rainhade una ciudad que fue un tiempo reina
que dominava e agora desmoronaque dominaba y ahora derrumba

e matamos o clarão da luay matamos el claro de luna
as gôndolas plácidas na lagoalas gondolas placidas en la laguna
essa imagem como de cartão postalesta imagen como de postal
essa gente em vitrineesta gente en escaparate

como o sangue que sai da feridacomo la sangre que deja la herida
se esvazia Veneza que perde a vidase vacia Venezia que pierde la vida
casas e palácios ficam vazioscasas y palacios se quedan vacios
na reserva ficamos poucosen la reserva quedamos pocos

entre as pedras desgastadas pelo marentre las piedras guastadas por el mar
de uma cidade que não vai se salvarde una ciudad que no se va a salvar
sem piedade jogados a empurrõessin piedad echados a empujones
para dar lugar a novos patrõespor dejar sitio a nuevos patrones

pendurados na parede como os quadroscolgados a el muro como los cuadros
para turistas que querem lembrançaspara turistas que quieren recuerdos
donos um tempo dos sete maresdueños un tiempo de los siete mares
vendidos agora por dinheiro sujovendidos ahora por sucio dinero

a dignidade só nos restala dignidad solo nos queda
paramos as feiras mostramos as carasparamos las ferias ensenamos las caras
reconquistamos pontes e canaisreconquistamos puentes y canales
expulsamos daqui hienas e chacaisechamos de aqui hienas y chacales