Quando Às Vezes Ponho Diante Dos Olhos

A Odisseia Lusitana: Entre Pecado e Perdão

A música "Quando Às Vezes Ponho Diante Dos Olhos" de Fausto é uma narrativa épica que remete às grandes navegações portuguesas, repletas de perigos, aventuras e reflexões existenciais. A letra é uma viagem introspectiva e histórica, onde o eu lírico revisita suas memórias de tormentos e conquistas, refletindo sobre os desafios enfrentados e as consequências de suas ações. A canção é rica em metáforas e referências culturais, evocando a era dos descobrimentos e a complexidade da experiência humana diante do desconhecido.

O eu lírico descreve suas experiências como marinheiro, missionário e corsário, enfrentando mares tempestuosos, monstros e inimigos. A dualidade entre pecado e perdão é um tema central, onde o corpo arde em oração e o coração agoniza. A letra também aborda a ganância e a busca por tesouros, contrastando com a saudade e a fragilidade humana. A menção a lugares exóticos e distantes, como Índia, China e Japão, reforça a dimensão épica da jornada, enquanto a saudade do Tejo simboliza a conexão com a terra natal.

A música também explora a violência e a brutalidade das guerras e assaltos, com descrições vívidas de sangue, mortes e escravidão. A luta pela sobrevivência e a busca por redenção são temas recorrentes, com o eu lírico expressando um desejo de ser um anjo ou monge, em contraste com sua realidade de cruzado e bravo. A letra culmina em uma reflexão sobre a misericórdia divina e a gratidão por ter sobrevivido a tantos tormentos, reconhecendo seus pecados e a glória de estar vivo.

"Quando Às Vezes Ponho Diante Dos Olhos" é uma obra complexa e profunda, que combina elementos históricos, religiosos e pessoais para criar uma narrativa rica e evocativa. A música de Fausto é um tributo à resiliência humana e à capacidade de encontrar sentido e redenção em meio ao caos e à adversidade.