Pena de luna
Se asfaltó la calle con pena de luna...
Borró sus ojeras y te vio pasar.
Es la misma calle del barrio tranquilo
donde echaste un día mi sueño a rodar.
Hace mucho tiempo, tenía veinte años,
un ansia tremenda de soñar y amar.
Mataste el cariño, me guardé la pena,
encendí un cigarro y aprendí a cantar.
Es la luna llena que me trae recuerdos
del ayer lejano que no volverá.
Ilusiones rotas, estrellas fugaces
en el cielo negro de mi soledad.
Es la luna llena que me trae recuerdos
de tu pelo bronce, de tu andar vivaz,
de la gente amiga, del farol lejano,
de la pena oscura del amor fugaz.
Hoy volví hasta el barrio, llegué hasta la esquina,
detuve mis pasos y miré hacia atrás,
hacia mis recuerdos, hacia mi pasado,
hacia las caricias que ya no están más.
Evoqué de nuevo tu andar altanero,
tu pelo de bronce, tu mirada audaz
y, como ese entonces, me guardé la pena,
encendí un cigarro y volví a cantar.
Pena de lua
Asfaltaram a rua com pena de lua...
Apagou suas olheiras e te viu passar.
É a mesma rua do bairro tranquilo
onde um dia deixei meu sonho rolar.
Faz muito tempo, eu tinha vinte anos,
um desejo enorme de sonhar e amar.
Você matou o carinho, eu guardei a dor,
acendi um cigarro e aprendi a cantar.
É a lua cheia que me traz lembranças
do ontem distante que não vai voltar.
Ilusões quebradas, estrelas cadentes
no céu escuro da minha solidão.
É a lua cheia que me traz lembranças
do seu cabelo bronze, do seu jeito ágil,
das pessoas amigas, do lampião distante,
da dor profunda do amor passageiro.
Hoje voltei até o bairro, cheguei na esquina,
parei meus passos e olhei pra trás,
para minhas lembranças, para meu passado,
para os carinhos que já não estão mais.
Evocando de novo seu andar altivo,
seu cabelo de bronze, seu olhar audaz
e, como naquela época, guardei a dor,
acendi um cigarro e voltei a cantar.