Confessando
Fernando Maurício
Esta carta minha mãe
É o espelho onde o teu filho
Se desnuda totalmente;
O fogo que o vinho tem
Acendeu este rastilho
E a coragem de ser gente
É por ela, sim confesso
Que de segundo a segundo
Bebo a febre de morrer
Mas quando a vires só te peço
Não lhe contes o meu mundo Não lhe dês esse prazer
Neste meu quarto isolado
O vinho que vou bebendo
A sua imagem retém
Sobrevivo neste fado
Muito embora eu a perdendo Continuo a ter-te mãe
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