Parasitas

Crítica social e ironia em "Parasitas" de Fernando Tordo

A música "Parasitas" de Fernando Tordo faz uma crítica direta e irônica às elites econômicas e políticas, associando-as à figura do parasita. Personagens fictícios como Anastácio Pimpinela, Agapito Rapazote e Eleutério Pintassilgo são usados para representar latifundiários, monopolistas e colonialistas, grupos historicamente ligados ao poder e à exploração. O refrão repetido, “Quem tem medo do comunismo? São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas, enfim os parasitas!”, destaca que esses grupos temem mudanças sociais, especialmente o comunismo, por ameaçar seus privilégios e a propriedade privada.

Fernando Tordo já abordou temas semelhantes em outras músicas, como "Quem Tem Medo do Comunismo", mostrando uma continuidade em sua crítica social. A letra utiliza ironia ao descrever, por exemplo, Anastácio Pimpinela “em roupão de cetim” e escrevendo um testamento “com tinta perfumada”, ressaltando o luxo e o distanciamento dessas figuras em relação ao povo. Há também referências à fuga e ao medo dessas elites diante de transformações sociais, como “Embarcou para o Brasil para reforçar as milícias” e “Foi fazer queixas à CIA”, sugerindo que buscam apoio externo ou fogem para proteger seus interesses. O verso final, “Enquanto a reacção não estiver morta e bem morta”, reforça que a luta contra a reação conservadora ainda não terminou. Assim, "Parasitas" funciona como uma sátira política, denunciando a hipocrisia e o medo das elites diante de mudanças sociais profundas.