Tantas Lunas

Tantas Luas

Tantas Lunas

Florença 1420, sessenta e doisFlorencia 1420, el sesenta y dos
meu pai, jovem poetami padre joven poeta
se tornou construtorse hizo constructor
cresceu a ameixeira e o cachorrocreció el ciruelo y el perro
mas nossa casa nãopero nuestra casa no
a chuva batia fortela lluvia golpeaba fuerte
no meu canto…en mi rincón…

Assim foi que o bom poetaAsí fue que le buen poeta
se tornou fundadorse hizo fundador
do clube das onze camisasde club de once camisetas
num domingo ao solun Domingo al sol
voando baixo entre os três pausvolando bajo los tres palos
o homem se arriscouel hombre se la jugó
ficaram gritos presosquedaron gritos atrapados
no meu coração…en mi corazón…

Lua, tantas luasLuna, tantas lunas
no pátio já não sobraen el patio ya no queda
nem uma florni una flor
Lua, sua loucuraLuna tu locura
roubou a primaverale robó la primavera
da minha cançãoa mi canción
Lua, tantas luasLuna, tantas lunas
desde o diadesde el día
em que minha portaen que mi puerta
se fechouse cerró
Lua branca, luaLuna blanca luna
faroleira, não guardofarolera no te guardo
nem um rancorni un rencor

Florença 1420, eu era o mais velhoFlorencia 1420, yo era el mayor
minha mãe tecia um sonhomi madre tejía un sueño
para o mais novopara el menor
na gaiola, os canáriosen la jaula los canarios
fora, um pano ao solafuera un pañal al sol
Outono no calendárioOtoño en el calendario
do comedordel comedor

Lembro do Gardel cantandoRecuerdo a Gardel cantando
em voz baixaa media voz
o dia em que nosso futuroel día que nuestro futuro
se dividiuse dividió
minha mãe com meus irmãosmi madre con mis hermanos
num trem para Concepciónen un tren a Concepción
em casa ficou o cachorroen casa quedaba el perro
o poeta e eu…el poeta y yo…

Lua, tantas luas…Luna, tantas lunas…