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Quando você me ler

Léo Ferré

Lorsque tu me liras

Lorsque tu me liras, Christie, je te regarderai dans le pare-brise
Tu viendras ?oi, tout enti?, comme la route
Lorsque tu me liras, la maison sera silencieuse
Et mon silence ?oi te remplira tout enti? aussi

Avec toi, dans toi, je ne suis jamais silencieux
C'est une musique tr?douce que je t'apporte...
Quant ?oi, tu verses au plus profond de ma solitude, cette joie triste d'?e, cet amour que, jour apr?jour, nous b?ssons, en d?t des autres, en d?t de cette prison o?us nous sommes mis, en d?t des larmes que nous pleurons chacun dans notre coin, mais pr?nts l'un ?'autre

Je te voyais, ces jours-ci, dans la lande, l?as, o? sais
Je t'y voyais bouger, ?eine te pencher vers cette terre que nous aimons bien tous les deux, et tu te prosternais ?emi, comme une madone, et je n'?is pas l?. ni toi... Ce que je voyais, c'?it mon r?...

Ne pas te voir plus que je ne te vois
Je me demande la dette qu'on me fait ainsi payer. Pourquoi ?
L'amour est triste, bien s?mais c'est difficile, au bout du compte, difficile

Dans mes bras, quand tu t'en vas longtemps vers les ?iles et que tu me demandes de t'y laisser encore... encore...
Je suis bien ; c'est le printemps, tout recommence, tout fleurit, et tu fleuriras aussi de moi, je te le promets

La patience, c'est notre grande vertu, c'est notre drame aussi
Un jour, nous ne serons plus patients
Alors, tout s'?airera et nous dormirons longtemps et nous jouirons comme des enfants
Tu m'as refait enfant ; j'ai devant moi des tas de projets de bonheur
Mais maintenant, tout est arr? dans ma prison
J'attends que l'heure sonne
Je me perds dans toi, tout ?ait

Je t'aime, Christie
Je t'aime

Quando você me ler

Quando você me ler, Christie, eu vou te olhar no para-brisa
Você vai vir? Sim, inteirinha, como a estrada
Quando você me ler, a casa estará silenciosa
E meu silêncio vai te preencher inteirinha também

Com você, em você, eu nunca estou em silêncio
É uma música muito doce que eu te trago...
Quanto a você, você derrama no fundo da minha solidão, essa alegria triste de ser, esse amor que, dia após dia, nós construímos, longe dos outros, longe dessa prisão onde estamos, longe das lágrimas que choramos cada um no seu canto, mas perto um do outro

Eu te vi, esses dias, na charneca, lá, onde você sabe
Eu te via se movendo, se inclinando para essa terra que nós dois amamos, e você se prostrava, como uma madona, e eu não estava lá, nem você... O que eu via, era meu sonho...

Não te ver mais do que eu já te vejo
Eu me pergunto a dívida que me fazem pagar assim. Por quê?
O amor é triste, claro, mas é difícil, no fim das contas, difícil

Nos meus braços, quando você vai embora por muito tempo para as ilhas e me pede para te deixar lá... de novo... de novo...
Eu estou bem; é primavera, tudo recomeça, tudo floresce, e você também vai florescer de mim, eu te prometo

A paciência é nossa grande virtude, é nosso drama também
Um dia, não seremos mais pacientes
Então, tudo vai se esclarecer e nós vamos dormir por muito tempo e vamos nos divertir como crianças
Você me fez criança de novo; eu tenho diante de mim um monte de planos de felicidade
Mas agora, tudo está parado na minha prisão
Eu espero que a hora chegue
Eu me perco em você, tudo é

Eu te amo, Christie
Eu te amo

Composição: