Tradução gerada automaticamente

Poète... vos papiers !
Léo Ferré
Poeta... seus documentos!
Poète... vos papiers !
Bípede voluptuoso de liraBipède volupteur de lyre
Marido castrado de PolímniaEpoux châtré de Polymnie
Viralado pela lua a confitarVérolé de lune à confire
Grande-Duque borbulhante das livrariasGrand-Duc bouillon des librairies
Maroufle a ser pendurado no hexâmetroMaroufle à pendre à l'hexamètre
Vagabundo declinado entre os gregosVoyou décliné chez les Grecs
Albatross com corrente e perneiraAlbatros à chaîne et à guêtres
Cigarra que estala o bicoCigale qui claque du bec
Poeta, seus documentos!Poète, vos papiers !
Poeta, seus documentos!Poète, vos papiers !
Bebi do Waterman e devorei LittréJ'ai bu du Waterman et j'ai bouffé Littré
E empurro pela garrafa da sintaxeEt je repousse du goulot de la syntaxe
Fazendo os preciosos desmaiar na paradaA faire se pâmer les précieux à l'arrêt
A frase me empurrou na barriga como um eixoLa phrase m'a poussé au ventre comme un axe
Fiz um contrato de três seis nove com os adjetivosJ'ai fait un bail de trois six neuf aux adjectifs
Que vêm se dourar na minha lanternaQui viennent se dorer le mou à ma lanterne
E joguei no cassino os subjuntivosEt j'ai joué au casino les subjonctifs
A camisa de Claudel e os idiotas chamados "modernos"La chemise à Claudel et les cons dits " modernes "
Sindicalizado da solidãoSyndiqué de la solitude
Focinho que devora o couicMuseau qui dévore du couic
Sedentário das longitudesSédentaire des longitudes
Fosfatado dos deuses carne de políciaPhosphaté des dieux chair à flic
Pacote em espera na veiaColis en souffrance à la veine
Remorso da Legião de HonraRemords de la Légion d'honneur
Tumor da função urbanaTumeur de la fonction urbaine
Dom Quixote do coração partidoDon Quichotte du crève-cœur
Poeta, seus documentos!Poète, vos papiers !
Poeta, papel!Poète, Papier !
O dicionário e o porto à vistaLe dictionnaire et le porto à découvert
Eu desdobro palavras a todo momentoJe débourre des mots à longueur de pelure
Tenho ideias guardadas para o invernoJ'ai des idées au frais de côté pour l'hiver
Rimando o bife com as feridasA rimer le bifteck avec les engelures
Enquanto Tzara monta o bidêCependant que Tzara enfourche le bidet
Na taverna dada a merda é literáriaA l'auberge dada la crotte est littéraire
O verso é livre finalmente e a rima de fériasLe vers est libre enfin et la rime en congé
Vamos poder poetizar o proletárioOn va pouvoir poétiser le prolétaire
Especialista da mistoufleSpécialiste de la mistoufle
Emigrante que mija nos vistosEmigrant qui pisse aux visas
Aventureiro da pantufaAventurier de la pantoufle
Debaixo da mesa do NirvanaSous la table du Nirvana
Morrendo de fome que plana na capaMeurt-de-faim qui plane à la Une
Escritor público dos camponesesEcrivain public des croquants
Anônimo que se tribunaAnonyme qui s'entribune
À sombra dos continentesA la barbe des continents
Poeta, seus documentos!Poète, vos papiers !
Poeta, documenti!Poète, documenti !
Literatura obscena inventada à noiteLittérature obscène inventée à la nuit
Onanismo escrito em papel da HolandaOnanisme torché au papier de Hollande
Tem orgia no hemistíquio, meus amigosIl y a partouze à l'hémistiche mes amis
E que me importa então Jean Genet que você se excitaEt que m'importe alors Jean Genet que tu bandes
A poética liberada é uma farsaLa poétique libérée c'est du bidon
Poeta, pega seu verso e dá-lhe uma surraPoète prends ton vers et fous-lui une trempe
Coloque-lhe grilhões nos pés e a rima na varandaMets-lui les fers aux pieds et la rime au balcon
E sua musa estará vestida como uma vampEt ta muse sera sapée comme une vamp
Cidadão que sente da cabeçaCitoyen qui sent de la tête
Papai doce do alfabetoPapa gâteau de l'alphabet
Cafetão da clarinetaMaquereau de la clarinette
Semente que brota nos enforcamentosGraine qui pousse des gibets
Chassi enferrujado sob as demênciasChâssis rouillé sous les démences
Corredor podre do tédioCorridor pourri de l'ennui
Higienista da romanceHygiéniste de la romance
Redentor fraco das segundasRédempteur falot des lundis
Poeta, seus documentos!Poète, vos papiers !
Poeta, salti!Poète, salti !
Que a imagem seja arrogante e o epíteto no pontoQue l'image soit rogue et l'épithète au poil
A cesura sorrateira, claro, mas corretaLa césure sournoise certes mais correcte
Você pode vestir sua Musa ou deixá-la nuaTu peux vêtir ta Muse ou la laisser à poil
O importante é o que seu ventre lhe injetaL'important est ce que ton ventre lui injecte
Seus seios obliterados pelo seu verbo arlequimSes seins oblitérés par ton verbe arlequin
Inflarão guloso a vela nas vitrinesGonfleront goulûment la voile aux devantures
Solidamente enfaixada sua lírica prostitutaSolidement gainée ta lyrique putain
Você poderá tirá-la para a LiteraturaTu pourras la sortir dans la Littérature
Ventre faminto que estica a orelhaVentre affamé qui tend l'oreille
Ladrão com os braços abertosMaraudeur aux bras déployés
Pólen a preço de banana para abelhaPollen au rabais pour abeille
Cabeça de morte raspada de frescoTête de mort rasée de frais
Rastejante de serviço às estrelasRampant de service aux étoiles
Porco que faz no quartetoPouacre qui fait dans le quatrain
Masturbado que esvazia sua medulaMasturbé qui vide sa moelle
Na vitrine da esquinaA la devanture du coin
Poeta... circule!Poète... circulez !
Circule poeta!Circulez poète !
Circule!Circulez !



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