Ninguém a Tem
Filipe S.
Seus pés descalços na areia
Deixam marcas abissais
Ninguém a tem, pois ela é mais
Ninguém a tem, pois ela é mais
E se de salto cruza o mundo
O que resta são cristais
Ninguém a tem, pois ela é mais
Ninguém a tem, pois ela é mais
Seus olhos baixos sobrevoam
E o que veem nunca é demais
Ninguém a tem, pois ela é mais
Ninguém a tem, pois ela é mais
Eu mergulhei e lá do fundo
Vi que eram imortais
Ninguém a tem, pois ela é mais
Ninguém a tem
Me cansava o coração
Deitei pra descansar
Senti sua mão em minha mão
Era um dia de verão
E eu que só chorava
Me vi rindo em devoção
Sua voz passeia no meu sono
E dita sonhos irreais
Ninguém a tem, pois ela é mais
Ninguém a tem, pois ela é mais
Quando gritou, tremeu o mundo
E nada mais estava em paz
Ninguém a tem, pois ela é mais
Ninguém a tem, pois ela é mais
Sua mão pequena escolhe o tom
Das paletas matinais
Eu sempre achei tudo demais
Ninguém a tem, pois ela é mais
Ao fim do dia encaixa a Lua
E faz estrelas castiçais
Eu tô perdendo a minha paz
Eu não sei mais como se faz
Eu menino sem noção
Achei que estava solto
Fui viver outra paixão
Me lancei num furacão
Antes de cair tonto
Me aparou em sua mão
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