
Répondez-moi
Francis Cabrel
Me Responda
Répondez-moi
Eu vivo numa casa sem varanda, sem telhadoJe vis dans une maison sans balcon, sans toiture
Onde não existem abelhas sobre os potes de compotaOù y'a même pas d'abeilles sur les pots de confiture
Não há nem mesmo pássaros, nem naturezaY'a même pas d'oiseaux, même pas la nature
Ela nem é uma casa de verdadeC'est même pas une maison
Lá eu deixei algumas palavras sobre o muroJ'ai laissé en passant quelques mots sur le mur
Do corredor que desce para a garagemDu couloir qui descend au parking des voitures
Algumas palavras para quem foi importanteQuelques mots pour les grands
Mas não ofensasMême pas des injures
Se alguém as ouvirSi quelqu'un les entend
Me respondaRépondez-moi
Me respondaRépondez-moi
Meu coração tem medo de ser murado entre suas paredes de geloMon coeur a peur d'être emmuré entre vos tours de glace
Condenado ao barulho dos caminhões que passamCondamné au bruit des camions qui passent
Ele que sonhava com campos de estrelas, com colares de narcisosLui qui rêvait de champs d'étoiles, de colliers de jonquilles
Para pendurar nos ombros das garotasPour accrocher aux épaules des filles
Mas de manhã você está correndo em direção aos seus hábitosMais le matin vous entraîne en courant vers vos habitudes
E à noite, sua floresta de antenas está conectada à solidãoEt le soir, votre forêt d'antennes est branchée sur la solitude
Mas que brilhe a lua cheiaEt que brille la lune pleine
Que sopre o vento do sulQue souffle le vent du sud
Você, você não ouveVous, vous n'entendez pas
E eu, eu te vejo passar com seus cães magníficos com olhar geladoEt moi, je vois passer vos chiens superbes aux yeux de glace
Levados em almofadas que os donos abraçamPortés sur des coussins que les maîtres embrassent
Para tocar suas mãos, é preciso senhaPour s'effleurer la main, il faut des mots de passe
Para tocar suas mãosPour s'effleurer la main
Me respondaRépondez-moi
Me respondaRépondez-moi
Meu coração está com medo de ficar preso em tão pouco espaçoMon coeur a peur de s'enliser dans aussi peu d'espace
Condenado ao barulho dos caminhões que passamCondamné au bruit des camions qui passent
Ele que sonhava com campos de estrelas, com colares de narcisosLui qui rêvait de champs d'étoiles et de pluie de jonquilles
Para pendurar nos ombros das garotasPour s'abriter aux épaules des filles
Mas a última das fadas está procurando por sua varinha mágicaMais la dernière des fées cherche sa baguette magique
Meu amigo, o riacho está a dormir em uma garrafa de plásticoMon ami, le ruisseau dort dans une bouteille en plastique
As estações pararam aos pés de árvores sintéticasLes saisons se sont arrêtées aux pieds des arbres synthétiques
Agora sou só euIl n'y a plus que moi
E eu, eu vivo numa casa sem varanda, sem telhadoEt moi, je vis dans ma maison sans balcon, sans toiture
Onde não existem abelhas sobre os potes de compotaOù y'a même pas d'abeilles sur les pots de confiture
Não há nem mesmo pássaros, nem naturezaY'a même pas d'oiseaux, même pas dans la nature
Ela nem é uma casa de verdadeC'est même pas une maison



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