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Cada Prédio Em São Paulo Construído Tem o Sal do Suor do Nordestino

Francis Lopes

Letra

    Se antes da grande imigração
    Nordestina pra terra bandeirantes
    São Paulo estava bem distante
    De ser a potência da nação

    O povo da nossa região
    Fez São Paulo tomar outro destino
    E agora em tofo chão latino
    Seu primeiro lugar é garantido

    Cada prédio em São Paulo construído
    Tem o sal do suor do nordestino

    Nordestinos constroem casas belas
    Ganham pouco fazendo construções
    Fazem casas bonitas e mansões
    Só não tem é direito a morar nelas

    Vão morar nos barracos das favelas
    Onde a voz da esperança ecoa um hino

    No lugar pobre, humilde e pequenino
    Mora o homem de bem quase escondido

    Cada prédio em São Paulo construído
    Tem o sal do suor do nordestino

    Em São Paulo enfrenta "construção"
    Quem nasceu no Rio Grande, Dipoti,
    Ceará, Alagoas, Piauí, Paraíba
    E pernambuco, Leão, Sergipe, Bahia,
    Maranhão

    Esse povo de espírito campesino
    Com serrote, martelo, pá e pino
    Em seus braços São Paulo foi erguido

    Cada prédio em São Paulo construído
    Tem o sal do suor do nordestino

    Eu que vinha a São Paulo imaginando
    Quem encontrar a fortuna e a riqueza
    Faz do fraco transporte e da pobreza
    Continua até hoje viajando

    Trabalhei de servente transportando
    Ferro, pedra, cimento e bloco fino
    Construí catedral, altar e sino
    Hospital e cadeia pra detido

    Cada prédio em São Paulo construído
    Tem o sal do suor do nordestino

    Quem passar em São Paulo o dia inteiro
    Vai ver gente de capa, bota e luva
    Que parece um carreiro de saúva
    Transportando besouro ao formigueiro

    Todos correm em busca do dinheiro
    Na corrida no alto o seu destino
    Imigrante, cansado e peregrino
    Solitário, tristonho, arrependido

    Cada prédio em São Paulo construído
    Tem o sal do suor do nordestino

    Como é triste se ver nosso roceiro
    A deixar o seu povo e seu lugar
    E ser obrigado a trabalhar
    De servente, ajudante de pedreiro
    Tentando ganhar algum dinheiro
    Pra o sustento de um filho pequenino

    E da queda de prédios do granfino
    Ninguém conta os irmãos que tem morrido

    Cada prédio em São Paulo construído
    Tem o sal do suor do nordestino

    É preciso ensinar nosso povão
    Exigir que os nosso governantes
    Acabem com as cenas humilhantes
    Que nos ferem diante da nação

    O nordeste precisa irrigação
    Indústria, saúde e mais ensino
    Esse chão de errante peregrino
    Merecia ser mais reconhecido

    Cada prédio em São Paulo construído
    Tem o sal do suor do nordestino

    Nordestino valente e lutador
    Pela seca terrível escorraçado
    Por ser vítima da seca é obrigado
    A deixar quem lhe trata com amor

    Deixar a terra que tem a sua cor
    Sapecada do sol esmeraldino
    Troca a cor do vermelho purpurino
    O cenário opaco e poluído

    Cada prédio em São Paulo construído
    Tem o sal do suor do nordestino

    Nordestino valente e que é guerreiro
    Que imigrou pra São Paulo e que venceu
    Que deu duro, plantou, depois colheu
    Que gera emprego ao povo brasileiro

    E nas terra do sul é o primeiro
    De empregado passou a ser granfino
    Mas se orgulha der um nordestino
    E acolhe um irmão oprimido

    Cada prédio em São Paulo construído
    Tem o sal do suor do nordestino

    Composição: Andurinha / Francis Lopes / Sebastião Marinho. Essa informação está errada? Nos avise.

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