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Jovem Abandonado

Francis Lopes

LetraSignificado

    Sou obrigado a descrever nesse momento
    O sofrimento de quem não tem companhia
    É que o amante separado tem má fama
    E quem não ama, a tristeza é sua guia

    Com quinze anos eu já tinha uma viola
    Lá na escola eu amei a um alguém
    Quase menina e por ela ser criança
    Tinha que ela me queria bem

    Com quinze anos eu na flor da mocidade
    Na mesma idade era a jovem que amei
    Ela escondida bilhetinhos me escrevia
    Até o dia que de lá eu viajei

    Fui abraçá-la na hora da despedida
    Minha querida uma chavinha me deu
    E um retrato pra mim levar por lembrança
    Uma aliança da minha mão recebeu

    Deixei a terra que morava a minha amante
    Fui pra distante sem ter mais notícias dela
    E com três anos desse padecer medonho
    Eu tive um sonho uma noite assim com ela

    Sonhei que estava uma carta dela lendo
    Vinha dizendo o nosso amor se acabou
    Mande a escrita, a chavinha e meu retrato
    Meu desacato nessa noite começou

    Atordoado acordei naquela hora
    Fui lá pra fora com uma grande ilusão
    Fiquei andando pra ver se eu esquecia
    Mas eu sentia soluçar meu coração

    No outro dia, à noite eu fui a praça
    Não teve graça e voltei muito ruim
    Lembrei da carta que por sonho tive dela
    Pensei é ela que não gosta mais de mim

    Comprei passagem e viajei no outro dia
    Pensei que ia gozar a vida com ela
    Mas o feitiço desse sonho me dizia
    Que eu não podia mais viver distante dela

    Cheguei na praça lá vi minha pretendente
    Tão diferente na bancada do jardim
    Nem conheceu e bem juntinho a um moço louro
    Com o namoro nem se quer olhou pra mim

    Ela tão linda, diferente e mais formosa
    Naquela proza, cada qual mais satisfeito
    E cada beijo que ele dava era um abalo
    E mais um calo que crescia no meu peito

    Fui esperá-la no caminho da casa dela
    Pensei que ela ia pra casa sozinha
    Não tive sorte que ela voltou sem demora
    Daí embora, mas o louro ainda vinha

    Apaixonado, comecei beber cachaça
    Caí na praça e a polícia me prendeu
    Me perguntaram por que é que bebes tanto
    Eu disse é pranto por alguém que já foi meu

    Contei um caso, me soltaram atordoado
    Bem enlameado e a chuva caindo em mim
    Com a viola fui direto a casa dela
    Lá na janela eu cheguei cantando assim

    Acorde ingrata e ouça a voz de quem te ama
    Que veio na lama te trazer recordação
    É o poeta que por ti já foi amado
    Hoje é jogado sem ninguém dar-lhe atenção

    Naquela jura que foi feita entre nós
    Em minha voz, para ti lembranças trás
    Daquele tempo já tem outro pretendente
    Sai diferente, que nem me conheces mais

    A lua foge e a tristeza me abraça
    O tempo passa e multiplica a minha dor
    É teu conforto me ver dentro do lameiro
    Prisioneiro na gaiola do amor

    Te amei tanto na escola queridinha
    Tudo o que eu tinha de amor te entreguei
    Hoje os copos de cachaça que eu bebo
    É o que recebo em lugar do que te dei

    Mandei pra ela o retrato e a escrita
    Mandei a dita chavinha que ela me deu
    Tô convencido que é perdido quem se atreve
    Que o homem deve viver só como nasceu

    O nosso amor foi pequeno e oprimido
    Tô conhecido que chegamos ao fim
    Está canção fica em tua companhia
    Até um dia tu se lembrares de mim

    Está canção fica em tua companhia
    Até um dia tu se lembrares de mim

    Enviada por Antônio. Revisões por 2 pessoas. Viu algum erro? Envie uma revisão.

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