exibições de letras 20

Místico Fidedigno

Franklin Mano

Letra

    Todo dia eu tenho o mesmo sonho
    Lindo, simétrico e complexo,
    Acordo em febre, e choro até não me lembrar,
    Pois as manhãs que vêm a mim
    Me dão à impressão de que tudo isso
    É apenas mais um déjà vu em que vivo

    Tanto já perdi, não tenho mais o que preciso,
    Estou ferido, mas o motivo disso
    Não consigo me lembrar,
    E talvez seja melhor nem lembrar
    Pois as marcas são as provas
    Da frieza, da dureza a que fui arremetido

    Sinto tanto frio
    Que encolhido nos encontros
    Das paredes de concreto eu me esquento
    Como se fossem sedas de lençóis
    Como se um corpo que eu conheço bem
    Mas não me lembro quem
    Esteve comigo

    Em meio a lágrimas e soluços
    O silêncio vem me conjugar
    Premeditando que depois do fim
    Sempre haverá uma recomeço
    Mas sou tão incrédulo que não consigo acreditar
    Pois os meus pulmões são meus pontos frágeis agora
    E sinto uma intensa dor na coluna cervical e dorsal
    No momento em que respiro

    Tenho pouco tempo
    E o tempo que tenho é menor do que preciso
    Por isso não venha me roubar
    Quando eu estiver distraído
    Mentido pra mim sobre o que sinto
    Diagnosticando o que esqueço
    Diferenciando o mais do mesmo

    Não é insensatez
    Mas nos vaivens da existência
    Volto a experimentar
    Um trago, uma dose, um comprimido
    Pois é o que eu encontro pra preencher todo o vazio
    De tudo que olho, toco e não sinto,
    Isso não é vício, ponto de fuga, nem abrigo
    É o próprio descontrole tentando se controlar
    Procurando uma alternativa
    Que me mantenha em pé
    Mesmo que sem forças, ainda vivo.

    Meu sentimento é como o vento
    Tudo toca, em tudo está,
    Mas em nada permanece,
    Entretanto não deixa de se movimentar
    E de mover tudo que está a sua volta
    Mesmo que não tenha mais sentido

    Não é só o cisma de um signo zodiacal
    É sagitário em metal regente de estanho
    Meu perfume é sândalo-jasmim
    Minhas pedras: quartzo rosa, safira e turquesa
    Meu número de dita é dois antes do três
    A fatalidade é da quarta pra quinta-feira
    Em azul, rosa, amarelo, púrpura e violeta

    E se isso for destino não sei
    Não me lembro
    E talvez seja melhor nem lembrar
    Pois as marcas são as provas
    De que já vivi, já senti
    A carne ainda sabe de cor
    Mas a alma não gostou das marcas
    Talvez seja por isso que não me lembro...


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